O relatório anual «Diabetes: Factos e Números (2022-2024)», elaborado pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia, revela que em 2024 cerca de 1,2 milhões de adultos entre os 20 e os 79 anos vivem com diabetes em território nacional.
A cifra de 14,2% representa um novo máximo, refletindo uma tendência de crescimento contínuo da doença.
O documento destaca ainda que aproximadamente 44% dos casos permanecem por diagnosticar, o que evidencia lacunas sobretudo ao nível do rastreio e da integração de dados dos sectores público e privado.
Em termos de custos, o impacto direto da diabetes em Portugal foi estimado entre 1 500 e 1 800 milhões de euros em 2024, o que equivale a cerca de 0,5–0,6% do Produto Interno Bruto e entre 5% a 6% da despesa total em saúde.
Embora se verifique uma diminuição dos anos potenciais de vida perdidos por diabetes em cerca de 39% na última década, o número de amputações associadas à doença permanece estável há dez anos — um dado considerado “preocupante” pelas autoridades de saúde.
Este cenário coloca a diabetes como um dos grandes desafios de saúde pública em Portugal. O aumento da prevalência interliga-se com factores como o envelhecimento da população, o excesso de peso e hábitos de vida sedentários. A necessidade de reforço da prevenção, diagnóstico precoce e seguimento integrado é, portanto, urgente.
O facto de quase metade dos casos não estar diagnosticado revela a importância de campanhas de rastreio mais eficazes e da articulação entre cuidados primários, secundários e sector privado.
