Os dados foram divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no âmbito do Dia Mundial da Alimentação, com a publicação do Relatório Anual 2024 do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS). O documento evidencia progressos na melhoria da oferta alimentar e uma maior capacidade de resposta dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) na área da nutrição.
Entre as medidas analisadas, destaca-se o imposto especial de consumo sobre bebidas açucaradas, que continua a ter impacto positivo na reformulação das bebidas e na saúde dos consumidores. Entre 2017 e 2024, registou-se uma redução de 39% nas bebidas com maior teor de açúcar (≥8g/100mL), resultado que comprova o efeito duradouro das políticas fiscais na promoção de ambientes alimentares mais saudáveis.
Contudo, o relatório sublinha que algumas categorias de produtos — como cereais de pequeno-almoço, iogurtes e charcutaria — mantêm valores de sal e açúcar acima da média europeia, apontando a necessidade de prosseguir o trabalho de reformulação alimentar.
Os resultados sugerem ainda que as medidas regulatórias são mais eficazes do que os acordos voluntários, uma vez que a redução de açúcar foi significativamente superior nos refrigerantes sujeitos a taxação (-25,7%) do que nas categorias abrangidas apenas por compromissos voluntários (-14,8%).
Pela primeira vez, o relatório apresenta também dados sobre a resposta dos Cuidados de Saúde Primários na área da nutrição. Em 2024, realizaram-se quase 137 mil consultas de nutrição, um aumento de 30% face a 2022.
Os registos de excesso de peso e obesidade nos CSP continuam igualmente a evoluir de forma positiva, refletindo uma melhor capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na identificação precoce e acompanhamento de pessoas com pré-obesidade e obesidade.
