Durante o julgamento, o arguido confessou os factos e manifestou arrependimento por ter tentado matar Lurdes Sousa, de 52 anos, com quem estava casado há mais de 30 anos e de quem tinha dois filhos, um deles menor.
Na manhã do crime, António Moreira, que tinha regressado do Panamá dois meses antes, dirigiu-se ao café da família, onde a mulher trabalhava, e disparou três vezes a curta distância, atingindo-a no tronco e no rosto.
Após os disparos, obrigou a vítima a ingerir um produto tóxico e tentou suicidar-se com a mesma substância, mas ambos foram socorridos pelos Bombeiros de Paço de Sousa e pela equipa médica de emergência, sendo depois encaminhados para o Hospital Padre Américo e, posteriormente, para o Hospital de São João, no Porto.
A arma utilizada nunca foi encontrada, apesar das buscas realizadas pelas autoridades.
O tribunal considerou provado que o crime foi cometido num contexto de violência doméstica prolongada, marcado por ciúmes e agressões anteriores. Uma semana antes do ataque, Lurdes Sousa tinha apresentado queixa na GNR após ter sido agredida à bofetada pelo marido.
A sentença, proferida esta semana, sublinha a particular gravidade dos factos, mas valoriza a confissão e o arrependimento do arguido como circunstâncias atenuantes.
António Moreira encontra-se em prisão preventiva desde novembro de 2024 e vai cumprir pena efetiva de sete anos.
