Apesar da vitória do Partido da Rosa, esta não foi uma vitória sem espinhos, e depois do ato eleitoral, podem-se retirar algumas conclusões alicerçadas nos números que resultaram num claro reforço da coligação PSD/CDS-PP: Em 2021, o PS obteve uma votação muito mais alta em percentagem na Câmara, 62,44% contra 50,33% em 2025;
Em 2021, o PSD/CDS- PP tinha 25,79% na Câmara e em 2025 esse valor subiu para 36,12%;
Em 2021, o PS elegeu 7 vereadores, PSD/CDS- PP, 2 vereadores e em 2025,o PS elegeu 5 vereadores e o PSD/CDS-PP,4 vereadores;
Em 2021, o CHEGA era um partido residual e em 2025 obteve 7,12%.
A abstenção diminuiu bastante, o que favoreceu principalmente a coligação de direita, que ganhou cerca de 7000 votos em relação a 2021 e o PS perdeu cerca de 3500 votos. A diferença atual entre o PSD/CDS-PP situa-se em apenas 7643 votos. O Partido Socialista venceu em Paredes, mas perdeu percentagem, perdeu mandatos e deixou de ter uma maioria confortável que legitimava politicamente as diversas ações dos principais protagonistas dos últimos 8 anos. A coligação PSD/CDS- PP melhorou de forma substancial os seus resultados globais no concelho, o que foi o resultado da mensagem e da excelente campanha da equipa de Mário Rocha, que apresentou ideias(algumas copiadas pelo atual executivo), falou com a sociedade civil, com as empresas, com as instituições e mostrou que está preparado para ser novamente candidato daqui a 4 anos.
Apesar da vitória de Alexandre Almeida, que cumprirá o seu último mandato à frente dos destinos do Concelho de Paredes, a aproximação do PSD/CDS-PP é bem notória e tem tudo para sair vencedora daqui a 4 anos face ao desgaste de um partido que tem sido abalado por sucessivos escândalos no Concelho de Paredes.
Nos próximos 4 anos poderão surgir novos dados que confirmarão ou não a tipologia de atuação dos atuais dirigentes políticos, que apesar da vitória, foram penalizados pelo eleitorado. Por outro lado, o aparecimento de partidos como o CHEGA e de outras forças de menor expressão, é um indicador que os votos que o PS perdeu não foram apenas para o PSD, mas sim para partidos que pretendem ser uma alternativa aos “dois poderes. Será interessante verificar a forma como o Presidente da Assembleia Municipal eleito, irá dirigir os trabalhos nas diversas sessões, pois este é um cargo que exige grande ponderação e equilíbrio, o que não é consentâneo com o discurso truculento das ultimas sessões da Assembleia Municipal.
Os próximos 4 anos serão intensos, pois o partido do poder tem um autarca em final de mandato, pelo que se assistirá a uma luta interna para se promover a sua sucessão. Já Mário Rocha, está de pedra e cal no partido que quer conquistar a Câmara em 2029 e os últimos resultados deixam antever que a conquista da Câmara Municipal pode ser uma realidade efetiva em 2029.
