Artigo de Opinião | Coligação PSD/CDS-PP posiciona-se como forte alternativa ao Partido Socialista

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As eleições autárquicas em Paredes foram marcadas por um debate intenso entre as candidaturas de Mário Rocha e Alexandre Almeida. O mandato de Alexandre Almeida foi marcado pela construção de obras de grande impacto social, tal como Centro Cultural de Paredes, mas também ficou igualmente marcado pelo debate em torno do polémico “PDM”, das empresas privadas que os detentores de cargos políticos possuem, que podem eventualmente entrar em colisão com os deveres que os detentores de cargos políticos devem cumprir.

Apesar da vitória do Partido da Rosa, esta não foi uma vitória sem espinhos, e depois do ato eleitoral, podem-se retirar algumas conclusões alicerçadas nos números que resultaram num claro reforço da coligação PSD/CDS-PP: Em 2021, o PS obteve uma votação muito mais alta em percentagem na Câmara, 62,44% contra 50,33% em 2025;

Em 2021, o PSD/CDS- PP tinha 25,79% na Câmara e em 2025 esse valor subiu para 36,12%;

Em 2021, o PS elegeu 7 vereadores, PSD/CDS- PP, 2 vereadores e em 2025,o PS elegeu 5 vereadores e o PSD/CDS-PP,4 vereadores;

Em 2021, o CHEGA era um partido residual e em 2025 obteve 7,12%.

A abstenção diminuiu bastante, o que favoreceu principalmente a coligação de direita, que ganhou cerca de 7000 votos em relação a 2021 e o PS perdeu cerca de 3500 votos. A diferença atual entre o PSD/CDS-PP situa-se em apenas 7643 votos. O Partido Socialista venceu em Paredes, mas perdeu percentagem, perdeu mandatos e deixou de ter uma maioria confortável que legitimava politicamente as diversas ações dos principais protagonistas dos últimos 8 anos. A coligação PSD/CDS- PP melhorou de forma substancial os seus resultados globais no concelho, o que foi o resultado da mensagem e da excelente campanha da equipa de Mário Rocha, que apresentou ideias(algumas copiadas pelo atual executivo), falou com a sociedade civil, com as empresas, com as instituições e mostrou que está preparado para ser novamente candidato daqui a 4 anos.

Apesar da vitória de Alexandre Almeida, que cumprirá o seu último mandato à frente dos destinos do Concelho de Paredes, a aproximação do PSD/CDS-PP é bem notória e tem tudo para sair vencedora daqui a 4 anos face ao desgaste de um partido que tem sido abalado por sucessivos escândalos no Concelho de Paredes.

Nos próximos 4 anos poderão surgir novos dados que confirmarão ou não a tipologia de atuação dos atuais dirigentes políticos, que apesar da vitória, foram penalizados pelo eleitorado. Por outro lado, o aparecimento de partidos como o CHEGA e de outras forças de menor expressão, é um indicador que os votos que o PS perdeu não foram apenas para o PSD, mas sim para partidos que pretendem ser uma alternativa aos “dois poderes. Será interessante verificar a forma como o Presidente da Assembleia Municipal eleito, irá dirigir os trabalhos nas diversas sessões, pois este é um cargo que exige grande ponderação e equilíbrio, o que não é consentâneo com o discurso truculento das ultimas sessões da Assembleia Municipal.

Os próximos 4 anos serão intensos, pois o partido do poder tem um autarca em final de mandato, pelo que se assistirá a uma luta interna para se promover a sua sucessão. Já Mário Rocha, está de pedra e cal no partido que quer conquistar a Câmara em 2029 e os últimos resultados deixam antever que a conquista da Câmara Municipal pode ser uma realidade efetiva em 2029.