No documento, Marco Martins afirma ter sido alvo de “total desrespeito, desconsideração e ostracização”. Recorda o trabalho feito durante o último mandato na autarquia para preparar a sucessão e garantir que o PS mantinha a liderança do município. Sublinha ainda o apoio dado ao atual presidente da Câmara, Luís Filipe Araújo, que, segundo diz, contou com o “forte respaldo” da comissão política concelhia.
Refere também ter aceite, a pedido de Luís Filipe Araújo e de vários militantes, encabeçar a lista à Assembleia Municipal, com o objectivo de continuar a contribuir para o partido. No entanto, essa possibilidade foi recusada pelo atual autarca, que, segundo Marco Martins, declarou “não precisar do seu apoio”.
O ex-autarca acusa ainda o sucessor de ter mudado radicalmente a postura desde que assumiu funções, a 1 de fevereiro, cortando com o passado, afastando pessoas e travando projetos em curso. Fala num “clima de medo” instalado na câmara e garante ter tentado dialogar, mas sem sucesso.
Segundo afirma, alertou várias vezes os órgãos nacionais do PS e o próprio secretário-geral, além do presidente da Federação Distrital do Porto, a quem pediu intervenção. Contudo, diz ter sido ignorado.
Depois de esgotar todas as tentativas de resolução, Marco Martins decidiu apresentar formalmente a demissão da presidência da concelhia do PS Gondomar, com efeitos imediatos. No final da carta, considera estar a ser alvo de uma tentativa de apagamento de tudo o que fez pelo concelho e pelo partido.