Pelo menos no primeiro turno, foram identificadas falhas que levaram o Júri Nacional de Exames (JNE) a emitir orientações às escolas.
Segundo Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), os problemas foram “pontuais” e relacionados principalmente com o item 2 da prova, que já teve sua situação resolvida.
“Recebemos diversos relatos de anomalias no item 2, que envolve correspondência por arrastamento. O erro foi comunicado ao IAVE e encontra-se em fase de correção. Aos alunos foi recomendado que prosseguissem com a prova e que, antes de finalizá-la, retornassem ao item em questão”, lê-se na comunicação enviada às escolas antes das 10h, à qual o Jornal de Notícias teve acesso.
Filinto Lima garantiu que “nenhum aluno foi prejudicado”. O JNE esclareceu que, nos casos em que os estudantes regressaram à pergunta, foi verificado que as alíneas apareciam reorganizadas automaticamente, sem afetar a resposta escolhida inicialmente. Assim, os alunos deveriam confirmar a resposta, e não a opção de alínea anteriormente assinalada.
A nota do JNE também reforça que a ausência dos menus de navegação, as chamadas “abas de atalho”, não compromete a realização da prova.
Fernanda Ledesma, presidente da Associação Nacional de Professores de Informática (ANPRI), relatou ter recebido múltiplas queixas de falhas técnicas, desde o encerramento inesperado da aplicação da prova, que ao reabrir indicava que o teste estava finalizado, até ecrãs que ficavam em branco. Também o erro no item 2 motivou a nota oficial do JNE. “Se fosse um caso isolado, não haveria necessidade de comunicado”, enfatizou.
Ledesma afirmou ainda que, durante a manhã, foram registados mais problemas do que nas provas do 4.º e 6.º anos. A docente destacou que o exame de Matemática exige ferramentas digitais específicas e relatou falhas de rede, tanto em alunos ligados à rede do Ministério da Educação como aos que usavam hotspots.
Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), garantiu, por sua vez, que o primeiro turno decorreu de forma calma. Devido ao número de participantes, muitas escolas dividiram a realização da prova em dois momentos, sendo necessário isolar os alunos do primeiro turno após o exame para evitar o vazamento de informações sobre o conteúdo. “Foi preciso envolver toda a comunidade escolar para garantir a confidencialidade”, afirmou.