Por todas aquelas que são descriminadas com base no critério profundamente misógino, que é este do género.
Temos de nos deixar de discursos bacocos e populistas, que contrariamente ao objetivo de foco venham fomentar ainda mais a desigualdade e a injustiça de género.
A defesa de direitos, liberdades e garantias das mulheres, que ao longo da vida foram absorvidas em burcas de invisibilidade e veem a sua voz ser silenciada, a sua inteligência ser menosprezada e o seu sucesso pessoal e profissional ser medido pela sua destreza doméstica, é hoje uma gritante urgência.
O Combate à não discriminação e à violência contra mulheres em todas as suas formas, a valorização e incentivo da voz feminina na vida política e profissional e o reforço orçamental no que concerne à saúde feminina e reprodutiva são quase inexistentes neste país!
Vamos expor factos.
Factos reais:
-Em 2022 os dados davam conta do afastamento por parte das empresas de 1400 grávidas ou mulheres a amamentar.
-Um estudo exposto recentemente dá conta da diferença salarial de 11,5% entre homens e mulheres.
– A violência contra mulheres aumenta significativa e foram cometidos contra mulheres, mais de 30 323 crimes de violência.
-Morreu 1 mulher por semana, às mãos da maldade insana.
-No panorama Europeu e Mundial, as mulheres e as crianças continuam a ser as mais afetados nos conflitos armados.
Todos os dias em todo o Mundo, os casos de mutilação feminina, escravidão sexual, exploração infantil, restrição à liberdade de aprender e estudar e aos cuidados de saúde afetam meninas e mulheres!
Doenças como a Adenomiose, endometriose ou infertilidade afetam mulheres em todo o país e em todo o mundo e estas veem a descoberta da sua condição patológica e a respetiva cura ser circunscrita à sua capacidade económica, uma vez que até no campo da saúde se verifica uma inequívoca estagnação na evolução e nos acessos aos cuidados femininos.
Haveria milhentas estáticas e estudos que se poderiam somar, à demonstração inequívoca que o caminho ainda é longo e há ainda pedras pesadas e de difícil movimentação para retirar desta longa luta.
Quero tanto que o meu grito de faça ouvir e faça eco no País inteiro.
Um grito pelas “Donas Marias” que queriam tanto ter sido médicas, professoras ou engenharias, tirar a carta de condução ou a aprender a ler e a escrever e a quem foi dito “Isso não é coisa de mulher!”.
Precisamos de mais vozes.
De mais gritos!
De mais mulheres a elevar e a lutar pelos direitos de outras mulheres!
Joana Mourisco