António José Seguro apresenta candidatura à Presidência da República

António José Seguro
António José Seguro apresentou oficialmente, este domingo, dia 15 de junho, a sua candidatura à Presidência da República, numa sessão pública realizada no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha. O antigo secretário-geral do PS afirmou que esta é uma candidatura independente, aberta a todos os democratas, e assegurou que não tem caráter partidário.  

No discurso de apresentação, Seguro declarou que se propõe ser um Presidente da união e do consenso, afirmando: “Para mim, não há portugueses bons e portugueses maus, portugueses de primeira ou de segunda”. Rejeitou o alinhamento com qualquer partido e dirigiu-se aos cidadãos que, segundo disse, estão “fartos de promessas vazias, jogos partidários e discursos que nada resolvem”.

Defendeu uma nova cultura política baseada no diálogo, no compromisso e na cooperação institucional, referindo que o país precisa de “um Presidente que inspire confiança e estabilidade”, que funcione como “árbitro respeitado” e não como “jogador”.

Entre as prioridades da sua candidatura, Seguro destacou a promoção da justiça social, o reforço da democracia, a valorização do trabalho e da classe média, e o compromisso com os Direitos Humanos, a cultura, a ciência e a integração europeia. Defendeu também um pacto nacional para a prosperidade, envolvendo partidos políticos, parceiros sociais e universidades, em alternativa à revisão constitucional.

Referindo-se a outras candidaturas já conhecidas, como a de Marques Mendes, apoiada pelo PSD, sublinhou que “Portugal ganha quando não coloca todos os ovos no mesmo cesto”. Sobre o papel do Presidente enquanto comandante supremo das Forças Armadas, afirmou que este “não pode ser visto nem pensado enquanto possuidor de um poder de comando direto”.

No plano pessoal e político, António José Seguro recordou o seu percurso, desde a liderança da bancada parlamentar socialista até ao cargo de secretário-geral do PS. Evocou ainda a sua oposição isolada à Lei do Financiamento dos Partidos Políticos em 2009, bem como o afastamento da vida partidária após a derrota interna frente a António Costa. “Afastei-me quando podia dividir. Volto agora para unir”, afirmou.

A sessão contou com intervenções artísticas e momentos simbólicos, como a participação da filha do candidato, Maria Seguro, e a encenação de uma figura de Rafael Bordalo Pinheiro, ceramista ligado à cidade das Caldas da Rainha.

Entre os apoiantes presentes estiveram figuras conhecidas do PS, como os deputados Hugo Costa, Pedro Coimbra e Pedro do Carmo, os ex-ministros Adalberto Campos Fernandes e Alberto Martins, o eurodeputado Francisco Assis, o antigo presidente da Câmara de Lisboa, João Soares, o presidente da SEDES, Álvaro Beleza, e o antigo secretário-geral da UGT, João Proença. Também marcaram presença o advogado António Rebelo de Sousa, irmão do atual Presidente da República, e o médico João Varandas Fernandes, antigo vice-presidente do CDS.

Seguro afirma-se “livre e preparado” para o cargo e reforça a intenção de exercer uma magistratura presidencial independente, dialogante e comprometida com os princípios do regime democrático.

As eleições presidenciais estão previstas para janeiro de 2026.