Sem-abrigo recorrem às urgências por comida, abrigo e higiene

Sem-abrigo usufruem das urgências para tem comida, teto e higiene
É cada vez mais frequente que pessoas em situação de sem-abrigo recorram aos serviços de urgência, não por motivos de saúde, mas para garantir necessidades básicas como alimentação, higiene ou, simplesmente, um teto onde passar a noite.

Hospitais da região da Grande Lisboa manifestam preocupação com o crescente número de pessoas em situação de sem-abrigo que procuram os serviços de urgência para passar a noite, destacando a falta de alternativas sociais fora do ambiente hospitalar.

A Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra registou um aumento de casos, com cerca de dois a três episódios por semana, totalizando já 40 até 29 de abril. Muitos destes indivíduos permanecem internados sem necessidade clínica, apenas por ausência de soluções sociais. A diretora do Serviço Social, Adélia Gomes, alertou para a urgência de criar mais respostas sociais e melhorar a articulação entre as entidades envolvidas, como autarquias e instituições de apoio.

Adélia reconhece que a resolução do problema é complexa, agravada pela atual crise da habitação, com rendas elevadas e rendimentos insuficientes. Defende, por isso, que todas as áreas: social, saúde e justiça, devem estar atentas e comprometidas em criar mecanismos de apoio eficazes para estas pessoas.

O Serviço Social da ULS tem contactado instituições da comunidade como a Unidade de Atendimento à Pessoa em Situação de Sem-Abrigo, a Linha Nacional de Emergência Social, o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo e a Comunidade Vida e Paz. No entanto, estas respostas têm-se revelado insuficientes face ao elevado número de referenciações efetuadas.