Montenegro assume pedir auditoria europeia dos sistemas elétricos de Portugal e Espanha

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Durante o discurso, que deu esta tarde, dia 29 de abril, no contexto do apagão que ocorreu, Luís Montenegro admitiu que vai pedir uma auditoria europeia dos sistemas elétricos de Portugal e Espanha.

O discurso proferido pelo líder do executivo, um dia pós o apagão que afetou a península ibérica, não poupou elogios à população portuguesa, dizendo que os portugueses “demonstraram grande capacidade de entreajuda, civismo e maturidade a enfrentar uma situação grave”.

Luís Montenegro deu ainda ênfase ao esforço do trabalho das entidades e profissionais que estiverem no terreno, durante o corte energético. Estes profissionais demonstraram “esforço e capacidade de ajudar foi notável e é também o garante que estamos preparados para viver dias menos bons”.

O líder da Aliança Democrática (AD) referiu que, neste momento, o país está ligado com normalidade, sendo que o sistema de produção de energia já “está a funcionar de forma autónoma”.

Montenegro afirmou que o problema de falta de energia, nada têm haver com a capacidade e distribuição em Portugal “É importante saber que o problema não tem a ver com a falta de capacidade de produção e distribuição em Portugal”.

O primeiro-ministro anunciou que vai pedir uma auditoria europeia dos sistemas elétricos de Portugal e Espanha e que vai criar uma comissão técnica independente, constituída por sete estados-membros, para fazer a avaliação aos mecanismos de ração e gestão da crise.

Relativamente ao Portal das Finanças, por ter ficado inacessível durante o dia, os prazos de obrigações fiscais que terminariam ontem, foram perlongados até amanhã. Quanto ao prazo para inscrição para voto antecipado nas eleições legislativas, como doentes e reclusos, foi estendido até esta terça-feira.

O IMT, no fim de semana e feriado, tem autorização para circular e abastecer postos de combustíveis e veículos pesados.

Quando questionado pela demora da resposta da Proteção Civil e do Governo, Luís Montenegro garantiu que será feita “uma avaliação rigorosa desse ponto de vista, para ultrapassarmos constrangimentos da comunicação”, acrescentando que a “Proteção Civil emitiu SMS às 17h00, mas as pessoas receberam pelas 20h00, ou mais tarde, o que mostra que o Governo tinha razão em privilegiar os aproveitamentos das rádios e órgãos de comunicação”.

O primeiro-ministro alertou ainda para o perigo da desinformação nestes tempos de crise. “Ontem, foi o primeiro dia na história de Portugal em que a desinformação teve a dimensão dos tempos modernos (…) amedrontado por ver um órgão de comunicação social credível a ser adulterado”, disse.

O estado de crise energética deve terminar esta terça-feira às 23h59.