Vereador Paulo Esteves Ferreira reage publicamente a acusações de corrupção 

O vice-presidente da Câmara Municipal de Valongo, Paulo Esteves Ferreira, reagiu publicamente às suspeitas de corrupção que recaem sobre si, garantindo a sua inocência e defendendo a legalidade de todos os atos praticados no processo de licenciamento do restaurante McDonald’s no concelho.  

Num extenso comunicado divulgado, Paulo Ferreira fez questão de esclarecer os factos e afastar qualquer suspeita de favorecimento ilícito ou celeridade indevida no processo de aprovação urbanística.

“Quem não deve, não teme. Nunca recebi subornos nem aceitarei! Estou de consciência tranquila e acredito que este processo será arquivado, pois nunca pratiquei qualquer ato ilícito”, afirmou o vereador.

Paulo Ferreira explicou que a tramitação do licenciamento seguiu o procedimento normal e que a sua intervenção foi limitada ao despacho final, depois de o processo já ter sido informado e validado pelos técnicos e pelo chefe de divisão da autarquia. “O licenciamento do McDonald’s demorou oito meses e o do Aldi seis meses, tempos superiores à média habitual. Não houve qualquer celeridade excecional nesses processos”, garantiu.

O vereador também esclareceu a ligação ao Clube de Propaganda de Natação (CPN), afirmando que apenas questionou a McDonald’s se costumava apoiar associações locais a pedido do clube desportivo. “A empresa confirmou que já fazia esse tipo de apoios e passou a tratar diretamente com o CPN, através de uma transferência bancária devidamente registada na contabilidade da associação”, explicou.

Paulo Ferreira rejeitou a ideia de que o patrocínio ao clube tivesse qualquer influência no licenciamento, assegurando que o desfecho do processo teria sido o mesmo, independentemente desse apoio. “Nunca pedi ou recebi qualquer valor monetário ou vantagem. A minha função como vereador sempre foi transparente e baseada no cumprimento rigoroso das normas urbanísticas e legais”, sublinhou.

O vereador lamentou a repercussão mediática do caso, afirmando que a “difusão apressada de informações” está a contribuir para uma “condenação pública injusta” e para a “destruição do seu bom nome e reputação”. Apesar de tudo, mostrou-se confiante no desfecho favorável do processo e na oportunidade de esclarecer as autoridades judiciais.

 

PSD de Valongo exige reflexão sobre a permanência de Paulo Ferreira no cargo

Em reação ao caso, a concelhia do PSD/Valongo emitiu um comunicado público convidando Paulo Esteves Ferreira a refletir sobre a sua continuidade em funções enquanto vice-presidente da Câmara e candidato à presidência nas próximas eleições autárquicas.

“A gravidade das suspeitas e a possibilidade de uma acusação formal por parte do Ministério Público exigem uma reflexão por parte do vereador, para verificar se mantém condições para continuar a exercer as suas funções”*, afirmou Hélio Rebelo, presidente da comissão política do PSD/Valongo.

O dirigente social-democrata não poupou críticas ao atual presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, acusando-o de “desresponsabilização” e de manter Paulo Ferreira no cargo, apesar das suspeitas que recaem sobre ele. “O presidente parece mais preocupado com a sua campanha na Maia do que com a gestão da autarquia de Valongo”, declarou.

O PSD pediu ainda uma investigação “célere e rigorosa”, para que seja apurada toda a verdade e aplicadas as devidas consequências, caso se confirmem os indícios de corrupção.