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PSD de Paços de Ferreira fala em “promessas por cumprir” e vota contra orçamento para 2025

Os social-democratas de Paços de Ferreira votaram contra o orçamento da Câmara Municipal para 2025, afirmando que o “concelho não evidencia as transformações esperadas”.
assembleia municipal paços de ferreira
Rui Chamusca
                                                             Rui Chamusca – PSD Paços de Ferreira

“As promessas feitas pela governação socialista ao longo dos 11 anos ficaram aquém das concretizações, não superando os desafios e desenvolvimentos que esta década nos impôs”, considerou o deputado municipal do PSD local, Rui Chamusca.

Na opinião do membro da assembleia, apesar do contexto vantajoso, justificando com o PRR, os fundos comunitários e os valores de transferência de competências, “persistem as dificuldades na coesão entre áreas urbanas e rurais, na mobilidade interna e ligações externas”.

“A rede viária permanece inalterada e a ausência de uma rede de transportes públicos eficiente agrava as condições de deslocação”, realçou, evidenciando que as iniciativas propostas pelos social-democratas foram “sempre ignoradas pelo partido socialista”. Elencando, ainda, sugestões para a juventude, como o apoio extraordinário ao ensino superior e um programa de incentivo ao empreendedorismo e inovação, Rui Chamusca considerou que a gestão socialista, “apenas no fim deste ciclo, apresenta medidas semelhantes” às dos social-democratas. “Não impedindo, assim, que Paços de Ferreira registe uma redução de 18% da população até aos 35 anos de idade”, lamentou.

Já na área social, considerou, o executivo socialista “ignorou oportunidades para reforçar o tecido social e negligenciou as IPSS locais no processo das creches. “Oportunidades para potenciar o dinamismo económico foram igualmente desperdiçadas e a revisão do PDM ainda não foi concretizada”, destacou, evidenciando, ainda, a atração do investimento na área da inovação e a criação de zonas de acolhimento empresarial, “que também foram esquecidas”. Além disso, está “quase esquecida e enfraquecida a marca da Capital do Móvel que perdeu visibilidade global”, considerou.

Destaque-se ainda, disse, que os equipamentos essenciais, “como os novos espaços desportivos, culturais e de lazer também não foram construídos e as questões ambientais, como a requalificação de zonas ribeirinhas, continuam a ser ignoradas”.

Para além disso, cerca de “80% da mobilidade do concelho é interna”, sendo que a “ausência de uma rede de transportes públicos eficiente limita a qualidade de vida da população”.

De acordo com o deputado municipal da oposição, “este ciclo termina sem as grandes transformações que o concelho precisava e com promessas por cumprir”. Salientando-se, de igual forma, a “falta de construção de nova habitação social, a resolução do problema da ETAR de Arreigada, a criação de equipamentos culturais e a requalificação de espaços públicos”.

“O orçamento para 2025 reflete as mesmas escolhas de continuidade de intenções e ausência de execuções”, referiu. “O PSD reafirma a sua oposição a este orçamento e sublinha a necessidade de inovação, progresso e uma estratégia clara para o futuro, que priorize o bem-estar da população e o desenvolvimento do concelho”, concluiu.

Joana Torres Araujo
                                             Joana Torres Araújo – líder da bancada social-democrata

Por seu turno, a líder da bancada social-democrata, Joana Araújo, justificou o voto contra dos social-democratas, apoiando-se na intervenção de Rui Chamusca, naqueles que têm sido os problemas da gestão socialista.

“Muitos projetos, anunciados, usados como bandeira e propaganda até à exaustão, mas poucos ou quase nenhuns avanços”, defendeu, acrescentando que é a forma de governar deste executivo. “Aparece uma ideia, lança-se o projeto, usa-se essa ideia como propaganda durante anos e, talvez, se tivermos sorte, essa ideia pode vir a ser concretizada”, justificou.

Segundo a deputada, “há falta de estratégia no que ao concelho diz respeito”. “Mas, no que ao jogo político e eleitoral diz respeito, ao PS não falta estratégia e chegou o momento de desconstruir o mundo dourado que o PS nos quer vender”, atirou.

“Acenam-nos com a Casa das Artes, mas considerando que não está prevista qualquer verba para a sua construção em 2025 no orçamento, ficamos a saber que ainda não é desta que a construção avança”, criticou, justificando: “Num projeto que está anunciado há tanto tempo e que tem sido usado como bandeira, sobretudo no último ano, não só o mesmo continua adiado, como continuamos sem saber o que se prevê efetivamente fazer e qual a visão para um equipamento tão importante”.

Abordando a questão do posto da GNR de Freamunde, “tão falado e anunciado”, evidenciou, “continua sem solução”. “O PS esteve no Governo oito anos e nem assim este projeto avançou”, evidenciou.

Para além disso, “todos queremos o comboio em Paços de Ferreira”, destacou, considerando que “enquanto ele não chega não são apresentadas soluções para a mobilidade da população, quer entre as freguesias quer para fora do concelho”.

“Fala-se à exaustão da RAI – Residência de Autonomização e Inclusão, em Ferreira, e da ERPI de Carvalhosa, mas continuamos sem informações de quando é que estas infraestruturas estão prontas a funcionar e como funcionará a sua gestão”, destacou.

Outro dos assuntos-chave foi a questão da ETAR. “Gasta-se 5 milhões € numa ETAR que afinal não é a tecnologia de ponta nesta matéria que se apregoava… e a ETAR fica a funcionar pior!”, considerou Joana Araújo, dizendo em tom de provocação: “Não faz mal! Afinal até vamos poder usar a ETAR duas vezes nos anúncios das grandes obras: usamos a primeira vez, com a obra dos cinco milhões, e usamos agora, com a obra dos 20 milhões!”.

humberto brito
                                                  Humberto Brito – Presidente CM Paços de Ferreira

“Vocês nunca pediram desculpa à população por aquilo que fizeram…”

“Se há coisa que as pessoas não têm neste concelho é memória curta, nomeadamente as de Freamunde”, começou por considerar Humberto Brito, presidente da autarquia. “Sabe quantos anos é que andaram a enganar a população de Freamunde com a Casa das Artes?”, disse, dirigindo-se para a líder da bancada da oposição.

“Os senhores do PSD até receberam 100 mil euros para fazer a Casa das Artes e andaram a enganar durante 20 anos, por isso é preciso assumir e ser sério nestas conversas”, atirou, revelando: “Temos um processo que está a decorrer, recebemos o visto do Tribunal de Contas, que demorou mais tempo do que estávamos à espera, porque por nossa vontade já estava resolvido e tínhamos o dinheiro alocado para esta finalidade.  “Vai ser feita a aquisição, vamos avançar com o projeto… O que não fazemos é estarmos a fazer projetos sem donos da casa. Sabe porquê? Porque não fazemos despesa sem termos previamente, na esfera municipal, um edifício”, continuou.

Em resposta à questão da GNR de Freamunde, o líder do executivo socialista destacou ter sido algo que começou com o PSD. “Vocês estiveram cá muitos anos e também não construíram”, realçou.

Após uma série de críticas aos social-democratas, Humberto Brito afirmou: “É necessário 20 anos para pagar a vossa dívida, não são 11, e nós conseguimos recuperar num prazo recorde mas continuamos com ela”. Ou seja, disse, “depois de eu sair da câmara vamos continuar a pagar a dívida que vocês deixaram”. “Vocês nunca pediram desculpa à população por aquilo que fizeram”, destacou, lembrando que a “despesa corrente era superior à receita corrente”. “Vocês não tinham nada para investimentos, só sabiam fazer dívida. Agora, nós temos dinheiro para investimento e pagamos as contas e isso não vos agrada”, atirou.

Refira-se que a previsão das receitas e das despesas para o corrente ano é de 65 140 000€.

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