Essa data envolve um misto de emoções, memórias e, muitas vezes, confronto com o processo de luto. O gesto de levar flores e velas acaba por representar, para muitos, uma maneira de lembrar a presença daqueles que se foram, mantendo viva uma conexão emocional com o passado e com a história familiar. No entanto, as visões sobre a celebração variam, e algumas pessoas veem a prática com ceticismo.
Nesse sentido, procuramos testemunhos, para tentar perceber como agem neste dia.
Cláudia Bessa, de 30 anos de idade, residente em Paredes, afirmou que não costuma rumar ao cemitério neste dia. Aliás, “até opto por não ir ao cemitério hoje porque são dias de confusão”, realçou, dizendo que é algo que as pessoas se devem lembrar de fazer todos os dias, não apenas neste. “Não entendo por que motivo parece que só lhes importa ir no dia de hoje”, concluiu.
Por seu turno, Francisco Souto, de 31 anos, natural de Lousada, considerou: “Não valorizo este dia, tendo em conta que no meu trabalho não existem feriados e fins de semana”. “Apenas fico contente por conseguir descansar e estar junto da família, e hoje é um desses dias”, frisou.
Já Natália Santos, de 35 anos de idade, de Paredes, tem outra opinião. “Tenho muita pena de não poder ir ao cemitério, mas vivo longe da minha residência”. Ainda assim, disse, “acho que se deve visitar quem já partiu durante todo o ano, sempre que haja oportunidade”. Além disso, criticou, “penso que há muita vaidade na forma como são arranjadas as campas e se contabiliza o quão a pessoa era importante ou não pelo número de flores colocadas neste dia”.
O pacense André Fernandes, de 24 anos, explicou: “Desde pequenino que, juntamente com os meus pais e avós, tinha essa tradição, a de no dia 1 de novembro ir visitar os familiares que já partiram”. “Agora, como mudei de cidade, é uma rotina que já não faço”, informou, referindo que era hábito irem todos os fins de semana visitarem os entes queridos que já partiram.
Estes testemunhos capturam a diversidade de atitudes em relação ao Dia de Todos os Santos, que, para alguns, é uma oportunidade de descanso ou de manter uma tradição familiar; para outros, é uma ocasião que evoca questionamentos sobre a forma e a frequência com que honramos a memória dos que partiram.