O presidente da Federação Distrital PS Porto, Nuno Araújo, fala mesmo, em comunicado, de “ataque que o Ministro da Agricultura perpetrou contra as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) lançando, meses depois, da reforma descentralizadora que devolveu às regiões parte dos poderes centrais, a recentralização de poderes na área da Agricultura, que voltará a ser comandada a partir do Ministério através da estranha figura de um novo vice-presidente da CCDR, o qual reportará diretamente ao ministro”.
Nuno Araújo considera que a recentralização de poderes na área da agricultura “não respeita a estrutura administrativa regional e os próprios presidentes das CCDR eleitos diretamente pelos autarcas de cada região. Sobre este atentado à região e ao distrito nem uma palavra se ouviu ao presidente distrital do PSD”.
“Este parece, de facto, mais interessado no alimentar do populismo, arma que não é digna de um partido com as responsabilidades passadas e presentes do PSD, augurando uma convergência com aqueles que fazem da demagogia o seu instrumento preferencial de afirmação política”, afirma.
A distrital do PS Porto deixa críticas, ainda, à estrutura distrital do PSD Porto e à “ inexistência política da distrital do PSD ao longo dos últimos anos”, afirmando que está “reduzida a manobras de propaganda mais típicas da raia extremista do que de um partido com amplas responsabilidades democráticas, nota-se agora a continuidade dessa linha de ação na nova direção do ministro Pedro Duarte”.
“O distrito do Porto não deveria ser uma sucursal do populismo que está a contaminar o PSD, a que se está a juntar um cunho marcadamente centralista na atuação do governo” , lê-se na nota informativa que a distrital socialista enviou para os órgãos de comunicação social.
“É compreensível que o PSD esteja preocupado, quase em véspera de eleições autárquicas, com o seu vazio de projetos autárquicos que resultaram na fortíssima afirmação do PS no Poder Local democrático, traduzida na maioria de municípios e freguesias em todo o país e também na Área Metropolitana do Porto”, acrescenta o mesmo comunicado que prossegue “mas é lamentável que à distância de Lisboa, um dirigente invisível no distrito se dedique à indigência política que o ministro Pedro Duarte tem apresentado. Mais lamentável é que um dirigente regional do PSD fique subjugado às diatribes centralistas de um governo que se declarou inimigo da autonomia regional”.
A distrital do PS Porto avança, ainda, que o partido responderá em 2025 com “candidaturas fortes e credíveis e com vitórias eleitorais alicerçadas na vontade popular e nos valores sagrados do Estado de Direito”.
“O PS responde já com a defesa da descentralização e da regionalização pelas quais sempre lutámos enquanto motores de desenvolvimento e coesão territorial, previstos na Constituição da República Portuguesa, também como pilares do reforço e consolidação da nossa democracia”, reforça o PS Porto.
“É pelos princípios democráticos que nos regemos. Sem cedências populistas, sem oportunismos demagógicos. Sempre com respeito pela vontade popular porque é essa que decide, pelo voto, o mérito dos projetos políticos”, sublinham os socialistas que recomendam “ao ministro Pedro Duarte que assuma os seus compromissos públicos de respeito pela constituição, não esquecendo que o facto de ser presidente da distrital do PSD não lhe confere o direito de suspender esses compromissos, tal como não lhe confere o direito ao silêncio perante retrocessos centralistas do governo a que pertence e que ferem a autonomia legítima da região”.
A distrital do PS Porto volta, no mesmo comunicado, a defender a importância da regionalização para o desenvolvimento social e crescimento económico.
“O Estado de Direito, assente no primado da Lei e na separação de poderes, nunca deveria deixar de ser defendido por todos os democratas genuínos. E a descentralização e a regionalização, que por essa Europa fora contribuíram para o desenvolvimento social e crescimento económico dos países, não pode continuar a serem esquecidas por quem assume a responsabilidade de defender o distrito do Porto”, salienta o PS Porto.
Os socialistas esclarecem, ainda, que o “presidente da Federação do Porto do Partido Socialista não esquece os seus compromissos com o progresso e desenvolvimento da região e não pode, por isso, ignorar as tomadas de posição que tentam debilitar esse desenvolvimento e o respeito pela ordem constitucional”.
(Fotografia de destaque: DR/Nuno Araújo/Facebook)