Refira-se que a fadista, representante de Portugal neste festival que terminou no dia 8 de setembro, protagonizou, há pouco tempo, um concerto solidário que reverteu para a Escola de Cadetes dos Bombeiros Voluntários de Lousada.
Cláudia Madeira destacou, em declarações ao Novum Canal, que este concerto no “Festival de Músicas do Mundo Habitat em Istanbul surgiu de um convite em março” aquando da sua primeira ida à Turquia para um espetáculo no teatro de Kadikoy, na parte árabe da cidade.
“Toda esta aventura foi desencadeada pela visita de um senhor Turco, de nome Zekay, há dois anos, que ao assistir a um espetáculo meu no Porto fez a ponte para todos os contactos que me vieram a convidar depois, para que apresentasse o meu fado”, disse.
Questionada sobre o feedback do público turco, Cláudia Madeira mostrou-se grata pelo acolhimento e pela forma como o público reagiu ao seu concerto.
“O público Turco é dos melhores, se não o melhor para os que já atuei”, disse, salientando que a “sensibilidade aliada à curiosidade faz com que nos escutem em silêncio e com que façam eles mesmos parte integrante do espetáculo.”.
“Nunca tive uma ovação tão grande. Para além disso muitos deles vieram conhecer Portugal após o primeiro espetáculo. Para mim é uma honra”, expressou.
Falando desta sua passagem pela Turquia, a cantora admitiu estar rendida e apaixonada pelo país.
“A experiência está a ser tão boa e gratificante que já há planos para voltar e desta vez não será para Istanbul. Estou completamente apaixonada pela Turquia, pelas cores, cheiros, sons, pessoas e até pelos gatos que invadem o palco enquanto canto. Eles dizem que dá sorte”, adiantou, salientando que recentemente teve uma proposta de gravar uma música de fusão entre fado e música turca.
Quanto aos projetos que pretende implementar a curto prazo, Cláudia Madeira afirmou estar focada em levar a cabo a gravação do seu terceiro álbum.
“De resto quero continuar a viajar e a levar o fado a todos que nos queiram receber”, frisou, sublinhado que o fado surgiu na sua vida desde muito cedo quando acompanhava o seu pai nos trabalhos da vinha do Douro.
“Ambos cantávamos Amália Rodrigues, Marceneiro, Fernando Farinha…”, manifestou, assumindo que desde os seis anos que sabia que queria ser fadista.
“Depois foi seguir o sonho e torná-lo realidade. Saí do Douro para o mundo”, acrescentou, definindo o fado como “um modo de vida”.
“Há quem diga que o fado é um estado de alma. Eu digo que é um modo de vida. Sou mãe, esposa, filha, irmã, amiga e em nenhum desses papéis deixo de ser fadista. Posso ser mil e uma coisas, mas nunca deixarei de ser fadista”, asseverou.
(Fotografia de destaque: DR)