A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) destaca que “em relação a 2019, ano de referência para monitorização das metas de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030 fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal, registaram-se menos 43 vítimas mortais (-23,9%) e menos 351 feridos leves (-2,6%), mas mais 109 acidentes (+1,0%) e mais 63 feridos graves (+8,8%)”.
De acordo com a mesma nota, “no Continente, registaram-se 10.850 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 135 vítimas mortais, 730 feridos graves e 12.614 feridos leves, durante o período em análise”.
A ANSR informa que “comparando com o período homólogo de 2014, à exceção do índice de gravidade que baixou 15,9%, de 1,48 para 1,24, todos os outros indicadores subiram: mais uma vítima mortal (+0,7%); mais 134 feridos graves (+22,5%); mais 10.808 feridos leves (+16,7%) e mais 1.789 acidentes (+19,7%)”.
“Comparativamente ao período homólogo de 2019, registaram-se menos 14 vítimas mortais (-9,4%) e menos 336 feridos leves (-2,6%). Em contrapartida, houve mais 88 feridos graves (+13,7%) e mais 119 acidentes (+1,1%). O índice de gravidade registou uma diminuição de 10,4% de 1,39 para 1,24”, refere a nota enviada à comunicação social que salienta que “face aos primeiros quatro meses de 2023, registaram-se menos 19 vítimas mortais (-12,3%), mas mais 335 acidentes (+3,2%), mais 13 feridos graves (+1,8%) e mais 343 feridos leves (+2,8%)”.
“ Contudo, o índice de gravidade diminuiu 15,0%, de 1,46 para 1,24. De salientar-se que, em comparação com 2023, houve em 2024 um aumento na circulação rodoviária, o que corresponde a um acréscimo no risco de acidentes, muito embora se tenha registado uma diminuição de 2,5% no consumo de combustível rodoviário, segundo dados da Direção-Geral de Energia e Geologia”, acrescenta a mesma nota de imprensa.
A ANSR declara que a “colisão representou a natureza de acidente mais frequente nos primeiros quatro meses de 2024, correspondendo a 52,0% dos acidentes, 43,0% das vítimas mortais e 44,4% dos feridos graves”.
Os despistes, que representaram “33,0% do total de acidentes, foram responsáveis por 44,4% das vítimas mortais”.
“No período em análise, o número de vítimas mortais dentro das localidades (71) foi superior ao apurado fora das localidades (64). Comparativamente a 2019 e a 2023, houve uma diminuição das vítimas mortais dentro das localidades (-2,7% e -6,6%, respetivamente)”, acrescenta a autoridade.
“ Esta tendência decrescente foi também visível fora das localidades (-15,8% face a 2019 e -17,9% face a 2023). O índice de gravidade dos acidentes fora das localidades ascendeu a 2,91 em 2024 (comparado a 3,44 e 3,47 em 2019 e 2023, respetivamente), enquanto dentro das localidades este índice situou-se em 0,82”, sublinha a mesma entidade.
Relativamente à categoria de utente, e considerando as vítimas mortais, “72,6% do total correspondiam a condutores, enquanto 14,8% eram passageiros e 12,6% peões”.
“Em termos de variações homólogas, nas vítimas mortais, verificaram-se diminuições face a 2019 e 2023 nos condutores, passageiros e peões, destacando-se menos 41,4% e menos 32,0% de vítimas mortais peões em comparação com 2019 e 2023, respetivamente”, alude a nota informativa.
A ANSR declara, ainda, que “considerando as vítimas totais por categoria de veículo, verificou-se que, no período em análise, 54,7% do total de vítimas deslocava-se num veículo ligeiro (-9,4% e +3,6% face a 2019 e 2023, respetivamente), enquanto 20,0% circulava em motociclos (+34,5% e +0,7% face a 2019 e 2023, respetivamente) e 6,8% em velocípedes (+53,9% e +2,1% comparando com os mesmos anos). Salienta-se a descida de 6,6% nos peões vítimas face a 2019, apesar da subida de 8,7% face a 2023”.
Relativamente à fiscalização de veículos e condutores, bem como processos contraordenacionais, a ANSR refere que “nos primeiros quatro meses de 2024 foram fiscalizados 77,6 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática, tendo-se verificado um aumento de 73,0% em relação a 2023”.
“O Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO) da ANSR registou subidas de 82,3%. Em contrapartida, a PSP registou uma diminuição de 26,8% e a GNR de 17,8%”, reforça, salientando que as “infrações baixaram para 285,8 mil, ou seja, menos 6,4% face ao período homólogo do ano anterior”.
“A taxa de infração (nº de infrações/nº de veículos fiscalizados) foi de 0,37%, uma diminuição de 45,9% face à taxa de 0,68% registada em iguais meses de 2023”, manifesta a ANSR.
Relativamente à tipologia de infrações, “70,6% do total registado nos quatro primeiros meses de 2024 foi referente a excesso de velocidade, que registou um aumento de 6,0%”.
Nas restantes tipologias de infrações verificaram-se “decréscimos, destacando-se, para além das relativas ao cinto de segurança e da utilização do telemóvel (-49,8% e -40,8%, respetivamente), as relativas à condução sob efeito do álcool (-29,6%)”.
Quanto ao excesso de velocidade, a “taxa de infração (nº de infrações de velocidade/nº de veículos fiscalizados) diminuiu 39,4%, de 0,43% nos primeiros quatro meses de 2023 para 0,26% em igual período de 2024”.
Relativamente à condução sob o efeito do álcool, de janeiro a abril de 2024, foram “submetidos ao teste de pesquisa de álcool 633,8 mil condutores, o que representa uma diminuição de 9,0% comparativamente ao período homólogo de 2023”.
“A taxa de infração (nº de infrações por álcool/nº de testes efetuados) desceu de 1,7% em 2023 para 1,3% em 2024, uma redução de 22,7%”, concretiza a ANSR.
A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, diminuiu “43,2% por comparação ao período homólogo de 2023, atingindo 7,1 mil condutores”.
Do total, “56,2% deveu-se à condução sob a influência de álcool (-41,0%), seguindo-se 34,2% por falta de habilitação legal para conduzir (-46,4%)”.
Até abril de 2024, cerca de “704,1 mil condutores perderam pontos na carta de condução”.
Desde junho de 2016, data de entrada em vigor sistema de carta por pontos, “3.119 condutores ficaram com o seu título de condução cassado”.
(Fotografia de destaque: DR/foto ilustrativa)