Os alunos, que não se querem identificar com medo de eventuais represálias, sublinham que “recentemente, a administração da Cespu implementou um aumento abrupto e inexplicável nas propinas, comprometendo a acessibilidade ao ensino superior de qualidade e colocando em risco a continuidade dos estudos de muitos estudantes”.

“Este aumento, que não foi devidamente justificado, afeta significativamente o nosso orçamento e a nossa capacidade de continuar a formação académica”, adiantam, salientando que esta é “uma situação que tem gerado grande preocupação e descontentamento entre a comunidade estudantil”.

Um dos alunos com quem falamos, que optou pelo anonimato, afirmou que muitos dos discentes organizaram, no início do ano, as suas finanças de acordo com os valores das propinas apresentados, mas com este novo aumento temem não conseguir fazer face a novo aumento.

“No início dos nossos cursos, organizamos as nossas finanças com base nos valores das propinas apresentados durante a inscrição. Muitos alunos recorreram a empréstimos bancários e estão agora “com a corda no pescoço”, incapazes de gerir estes aumentos sucessivos. Esta situação torna insustentável a continuidade dos nossos estudos”, referiu.

 Os alunos da CESPU declaram, ainda, que foi iniciada uma petição pública com mais de duas mil assinaturas para expressarem o seu descontentamento e exigir uma solução para esta situação.

Na petição, os alunos exigem “transparência imediata” e solicitam “uma explicação detalhada sobre os motivos que levaram ao aumento das propinas”.

Estes discentes defendem “uma revisão completa do valor atual das propinas, com a participação de representantes dos estudantes, docentes e comunidade académica” e pedem “o congelamento dos valores das propinas nos níveis anteriores ao aumento até que uma revisão justa e transparente seja concluída”.

A petição reivindica uma “maior participação dos estudantes nas decisões financeiras e administrativas da Cespu”.

Estes estudantes adiantam, ainda, que “este aumento não ocorreu apenas este ano”.

“Trata-se de uma prática recorrente que tem sido implementada sem a devida transparência e comunicação com os alunos. Sentimo-nos aprisionados numa situação onde temos de continuar a pagar valores cada vez mais altos, apesar de já termos investido milhares de euros na nossa educação”, sublinham.

“A nossa capacidade de prosseguir com o ensino superior está em sério risco”, acrescentam, sustentando que “uma educação superior acessível e justa é um direito de todos”.

Ainda de acordo com estes alunos “o recente aumento das propinas, sem justificativa clara, ameaça a equidade e a qualidade da educação na Cespu”.

“Instamos a administração a agir com responsabilidade e a ouvir as preocupações da comunidade académica, tomando medidas para resolver esta situação com urgência”, reforçam, salientando que existem “estudantes que se encontram numa posição vulnerável e em busca de uma solução justa”.

O Novum Canal tentou por várias formas obter uma reação da parte da Cespu, mas até ao momento não conseguimos qualquer “feedback” por parte da instituição. Assim, deixamos em aberto a possibilidade da Cespu, assim pretenda, de reagir aos pedidos feitos pelos alunos que subscreveram a petição e consideram este aumento “injustificado”. 

(Fotografia de destaque: DR)