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Douro: Associações querem mais controlo da qualidade das águas

Várias organizações ambientalistas em defesa dos rios da bacia hidrográfica do Douro alertam para a necessidade urgente de ser monitorizada a qualidade das águas interiores, em locais que registam grande afluência, mas que não são atualmente considerados aptos à prática balnear.

As organizações ambientalistas Associação Zero, o #MovRioDouro, a ANP|WWF pedem mais monitorização para proteger os rios e a segurança dos banhistas.

Estas organizações, em comunicado datado de 3 de agosto e atualizado a 5 do mesmo mês, declaram que a “Bacia Hidrográfica do Douro, a maior da Península Ibérica, conta, este ano, com 23 praias fluviais (águas balneares interiores) classificadas em território português. Mirandela e Sabugal lideram a lista de concelhos com mais praias interiores”, salientando que “nas margens do rio Douro, nos concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia e Gondomar, só a praia da Lomba, em Gondomar, foi classificada como água balnear”.

O #MovRioDouro, a ANP|WWF e a ZERO alertam para a necessidade urgente de ser monitorizada a qualidade das águas interiores, em locais que registam grande afluência, mas que não são atualmente considerados aptos à prática balnear e questionam Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre critérios que levam à qualificação das praias como águas balneares”, referem em comunicado de imprensa.

“Com a chegada do verão e a abertura da época balnear, muitas pessoas procuram refrescar-se nos rios. No entanto, nem todas as águas são adequadas à prática balnear. Na parte portuguesa da Bacia do Douro, por exemplo, apenas 23 locais foram identificados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) como águas balneares. Na Área Metropolitana do Porto, apenas a praia da Lomba, em Gondomar, é considerada própria para banhos”, lê-se no mesmo comunicado que questiona “a tutela sobre os critérios que levam à qualificação das praias de águas fluviais e lacustres como praias de banhos.

As organizações apelam a uma “maior transparência pedindo a divulgação da lista completa de praias avaliadas, incluindo os motivos para sua qualificação ou não como águas balneares e propondo que tal informação seja também submetida a procedimento de consulta pública e não apenas a proposta final de lista de águas balneares, como ocorre atualmente”.

As organizações destacam, ainda, que a atual “falta de monitorização e divulgação de resultados das análises de controlo microbiológico em águas não classificadas coloca em risco milhares de banhistas”.

“Muitos locais, como Zebreiros em Gondomar e o Areinho de Oliveira do Douro em Vila Nova de Gaia, recebem infraestruturas para atividades balneares, como bares e WC, que incentivam os banhistas a frequentarem estas águas sem informação adequada sobre a sua qualidade”, referem.

Fotografia: DR/MovRioDouro /Facebook/foto arquivo

Estas organizações manifestam, ainda, que a “APA deveria divulgar, durante a época balnear, a qualidade microbiológica da água dos espaços com elevada procura, sobretudo daqueles onde, comprovadamente, a água não tem a qualidade mínima necessária”.

“Por outro lado, os municípios não devem disponibilizar infraestruturas para a atividade balnear sem que esteja confirmada a qualidade da água para este fim, pois podem levar a população a correr riscos desconhecidos, devendo a própria APA providenciar instruções claras aos municípios nesse sentido”, reforçam aquelas organizações que esclarecem que para esta “época balnear, a parte portuguesa da Bacia do Douro conta com seis águas balneares interiores no Sabugal, quatro em Mirandela, três em Macedo de Cavaleiros e Vinhais, duas em Moimenta da Beira e uma em Castro Daire, Freixo de Espada à Cinta, Gondomar, Sernancelhe e Valpaços”.

Refira-se que o “#MovRioDouro é um movimento de cidadania em defesa dos rios da bacia hidrográfica do Douro, que congrega pessoas, membros da comunidade científica, grupos e associações para a defesa dos rios, através da troca de experiências e informação, da dinamização de ações conjuntas e da defesa de posições comuns junto da sociedade e decisores. Composto por cidadãos e 17 organizações nacionais e regionais, o movimento atua com base numa agenda ambientalista e cidadã, de influência dos decisores e da sociedade, para mudanças efetivas na bacia do Douro”.

Este movimento rege-se pelos princípios: “Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Pessoas, Cultura e Território; Visão integrada; Independência e Reflexão Crítica; Cooperação e Participação; Transparência”.

(Fotografia de destaque: DR/MovRioDouro/Facebook/foto ilustrativa) 

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