Sentada num banquinho, agarrada a um chapéu, com bocados de palha na mão, encontramos a artesã com uma palha específica para chapéus, a chamada “palha centeia”, que é “cortada no mês de maio, antes do centeio crescer, que é para a palha não partir”, explicou, em declarações ao Novum Canal.
A trança já a compra feita. “Depois, como vem verde é preciso corá-la, deitar ao sol, regar, que é para ficar branquinha”, revelou a resendense. Posteriormente, coloca-se numa caixa com enxofre, que é para ficar branquinha. Como tem muitas palhas, é preciso, ainda, tosquiá-las”, continuou.
Material pronto, quando chega a hora de criar o chapéu, a confecção demora duas horas e meia.
No total, revelou, cada peça custa 15 euros.
Uma coisa é certa, em “Resende ainda há quem use muitos chapéus de palha” e “em outros lados gostam deste chapéu porque protege bem o sol”, confidenciou, dizendo que é a terceira vez que veio até à Agrival mostrar o seu trabalho. “Gosto de estar aqui, a sra. vereadora convida-me sempre a vir com ela e eu gosto de a acompanhar”, frisou.
Se quiser encontrar uma das suas criações, apesar de não ter presença na internet, encontra a D. Deolinda nas feiras.”Faço em Lamego, Resende, Castro Daire, S. Pedro do Sul e, as pessoas que me encontram lá, compram”, disse, revelando que só faz chapéus. Isto porque, tem “muita terra, muita lavoura”, onde trabalhar.
Em relação à arte de criar chapéus disse: “Já os meus avós e pais faziam. Mas, agora, sou só eu a fazer, até as minhas filhas já não quiseram”, concluiu.