A CP declara, em nota informativa que enviou esta terça-feira aos órgãos de comunicação social, que ontem à tarde, a “administração da CP – Comboios de Portugal reuniu novamente com representantes dos sindicatos ASCEF, ASSIFECO, FENTCOP, SINAFE, SINDEFER, SINFA, SINTTI, SIOFA, SNAQ, SNTSF e STF, tendo desta vez alcançado um acordo”.
“A CP e estas organizações sindicais comprometem-se a continuar a negociar, visando a valorização de todos os trabalhadores ao longo da progressão na carreira profissional”, refere o comunicado da CP que salienta que “em junho passado, ficou acordado um aumento salarial de 1,5% na tabela salarial e aumento do subsídio de refeição para €9,20”.
Ainda de acordo com a empresa “este acordo reflete o esforço contínuo da CP em melhorar as condições de trabalho e remuneração dos seus trabalhadores, promovendo um ambiente de trabalho mais justo e motivador para todos”.
“A CP agradece o empenho e a cooperação dos sindicatos na procura de soluções que beneficiem tanto os trabalhadores como a empresa, permitindo desta forma a desconvocação da greve prevista para amanhã, dia 24 de julho”, acrescenta ainda a empresa.

“Acordo de principio na CP; suspensa greve de dia 24”
As estruturas sindicais que convocaram esta paralisação avançaram, entretanto, em comunicado, que foi alcançado um acordo de princípio com a administração da CP e, nesse sentido, a greve desta quarta-feira foi suspensa.
“Nos termos do acordo fica assumido que, sem prejuízo de aplicação do agora acordado, que a partir da última semana de setembro são retomadas as negociações com os seguintes objetivos: rever as grelhas salariais de modo a concretizar a valorização de todos os trabalhadores ao longo de toda a progressão na carreira profissional; concertar com as organizações sindicais as regras de transição para as novas grelhas salariais, de forma a garantir que não sejam goradas as atuais expectativas dos trabalhadores e em que a atual antiguidade seja considerada e dar continuidade ao acerto nos conteúdos funcionais das carreiras/categorias em que foi identificada a necessidade da continuação da discussão”, refere o comunicado que as organizações sindicais partilharam.
As organizações sindicais afirmam que “neste acordo foi assumido que as novas categorias profissionais resultantes da fusão de atuais categorias são de acesso voluntário e que as mesmas se mantêm e com a garantia de progressão de carreira e com as mesmas funções”.
Ainda de acordo com as estruturas sindicais “a administração aceitou implementar o acordo de 29 de maio de 2023, unificando os prémios anuais de produtividade e revisão, para igual valor do prémio da carreira de condução, com efeitos a 1 de agosto deste ano, sendo o próximo pagamento em fevereiro de 2025, nos seguintes termos: a) 7/12 do valor dos prémios em vigor à data do presente acordo e 5/12 do novo valor dos prémios, resultante da igualização dos prémios de produtividade e de revisão anuais ao de condução anual”.
As organizações sindicais informam que o “novo valor a aplicar-se na sua totalidade a partir do processamento dos prémios em Fevereiro de 2026”.
“ Nos termos do acordo todos os índices salariais são atualizados em mais 1,5% a partir de 1 de Agosto de 2024 e o valor do subsídio de refeição sobe para 9,20€”, refere o comunicado.
“ Também foi assumido que sujeito a avaliação de desempenho positiva, os trabalhadores que, à data do presente acordo, se encontrem em índices cujo TMP seja de 4 anos, passam para o índice imediatamente subsequente (caso este exista), se já tiverem atingido ou, assim que vierem a atingir, 3 anos completos de tempo de permanência no índice atual, iniciando a contagem do tempo mínimo de permanência do novo índice, valorização que não é cumulativa com a aplicação das regras de integração propostas e constantes dos documentos em anexo, se a acumulação ocorrer dentro do prazo de 4 anos”, acrescenta o comunicado.
As estruturais sindicais esclarecem que na “ata da reunião a administração assume considerar que a participação dos trabalhadores no plenário de dia 11 de Julho, será considerado como falta justificada e não será instaurado qualquer processo disciplinar”.
“ O conjunto destas organizações tem a noção que este é o acordo possível neste momento e que cria melhores condições para retomar as matérias importantes para os trabalhadores, entre as quais as tabelas salariais no sentido de as valorizar e dignificar as profissões na CP”, reforçam.
(Fotografia de destaque: DR/CD – Comboios de Portugal/foto ilustrativa)