Embora congratule tal medida, não poderei deixar de constatar que, também em Gondomar, a literacia financeira também tem vindo a ser promovida, pese embora tal promoção não tenha tido tamanha cobertura mediática.
Desde logo, destaco os projetos promovidos pela Câmara Municipal de Gondomar desde o início do presente ano, denominados “Contas à Vida – Literacia Financeira” (que promove a literacia financeira pelos mais idosos) e “No Poupar está o Ganho” (que promoverá a literacia financeira pelos jovens de idade escolar).
Sem prescindir, também não poderia deixar de destacar a aprovação, por maioria, de uma Moção submetida pelo Deputado Municipal da Iniciativa Liberal na Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Gondomar, de 12/06/2024, que visava a criação de um “Curso Municipal de Literacia Financeira” – Moção essa que contou com os votos contra dos Deputados Municipais afetos à CDU e ao BE, com a abstenção da vasta maioria dos Deputados Municipais afetos ao PS, e com os votos favoráveis dos restantes, um deles, do PS, e os demais afetos à IL, ao PPD/PSD, ao Chega!, ao PAN, e ao CDS-PP –, que ainda não terá sido implementado.
Reconheço, sem reservas, que estes projetos de promoção de literacia financeira oferecem ao respetivo público-alvo as ferramentas necessárias para que este faça uma gestão ótima e conhecedora dos seus rendimentos e, por conseguinte, da sua vida financeira no geral.
Por outro lado, vislumbro que semelhantes iniciativas que versem o aumento da literacia política nos jovens sejam um ótimo mecanismo para que estes se possam tornar cidadãos ativos e participativos, e para que se veja reduzida a taxa de abstenção verificada nos últimos atos eleitorais.
Dito isto, defendo que o Município de Gondomar deve implementar um projeto municipal que verse o aumento da literacia política dos jovens gondomarenses onde, de forma aberta e neutra, lhes proporcione um conhecimento abrangente sobre as diferenças entre os partidos políticos portugueses existentes, sobre a mecânica dos processos eleitorais em que estes participarão e, bem assim, sobre a constituição e funcionamento dos demais órgãos.
Tal projeto jamais deverá ser desacompanhado por um outro que vise o aumento da literacia financeira, pelo que também defendo que, para além de serem continuados e melhorados os projetos em curso, se implemente o “Curso Municipal de Literacia Financeira”, como acima se aventou. Sendo traçado, como objetivo, a “cidadania ativa e participativa”, tal apenas será passível de ser atingido, a meu ver, com a promoção simultânea das literacias financeira e política.
Paulo Gandra
Presidente da JP Gondomar