A obra apresentada retrata e reinterpreta as memórias coletivas e individuas deste período, assumindo-se como um sério contributo, segundo o autor, para a valorização da cultura e história local.
José Carlos Carvalheiras destacou, em declarações ao Novum Canal, que esta obra retrata este período nas suas dimensões sociais, económicas e até políticas.
O autor declarou que o livro além de reinterpretar as memórias desta fase, pretende estimular a reflexão crítica e contribuir para uma análise mais esclarecida e crítica da história local.
O autor assumiu estar de coração cheio e de ânimo redobrado, reconhecendo que este décimo livro é uma obra “cheia de identidade cultural e memória coletiva que aborda os antecedentes da revolução em Lousada”.
Questionado sobre o tempo que levou a concluir esta obra, José Carlos Carvalheiras assumiu que é difícil precisar com exatidão o tempo que demorou a terminar a obra, sublinhando que foi necessário fazer um trabalho aturado de pesquisa de arquivos pessoais, consultas de documentos.
O vereador Nélson Oliveira relevou a importância desta obra para a inventariação da história local, em especial dos eventos e momentos que marcaram o período pré e pós-revolução.
“É importante datar e materializar os testemunhos dos que viveram esta época que marcou a passagem para a democracia e o derrube do Estado Novo”, expressou, sublinhando que além da história nacional urge preservar a história local.
Carlos Nunes, diretor do Louzadense, relembrou que esta obra resulta de um projeto mais amplo designado “Abril Louzadense” e do jornal Louzadense que foi publicando os artigos do José Carlos Carvalheiras, com ilustrações da artista lousadense, Helena Oliveira, estando dividido em cinco capítulos, perpetuando este legado para as gerações futuras e possibilitando uma leitura mais sistemática para o leitor.
Carlos Nunes reconheceu que esta é uma obra que deixa um contributo para os que quiserem conhecer melhor este período que marcou o país e o concelho de Lousada.
Carlos Nunes explicou, ainda, que o projeto Abril Louzadense preconiza três ações; a publicação desta obra, a criação de um mural alusivo ao Abril Louzadense que irá ser concebido por Helena Oliveira e um documentário alusivo a um dos textos que está plasmado neste livro que é a Revolta da Fome, que ocorreu em São Miguel, freguesia do concelho de Lousada.
Carlos Nunes referiu, ainda, que para futuro está já a ser delineada uma nova rúbrica que retratará o período depois abril que irá aprofundar o período entre a Revolução dos Cravos até às primeiras eleições livres.
Helena Oliveira mostrou-se, igualmente, satisfeita com o resultado gráfico que está plasmado nesta obra.
“Mantive sempre uma articulação próxima quer com o Carlos Carvalheiras, quer com o Carlos Nunes e julgo que conseguimos fazer um trabalho equilibrado e, por outro lado, foi conseguido o objetivo de chegar a um público-alvo mais jovem através dos aspetos gráficos e até da conceção da capa da obra”, frisou.
A apresentação do livro contou com a performance musical do grupo de Cavaquinhos, da USALOU, e a declamação de vários textos pela professora Capitolina Oliveira.
A cerimónia contou, ainda, com a presença do presidente da InovLousada, José Diogo Fernandes.