A moção adianta, com base em dados da Ordem dos Psicólogos, que “metade dos portugueses, durante a pandemia, sentiu impactos psicológicos moderados ou graves e mais de 70% dos que estiveram em situação de isolamento relataram sofrimento psicológico”.
Ainda de acordo com a moção do grupo parlamentar do PS, a crise económica, a guerra na Ucrânia, a escalada do conflito do médio oriente e as alterações climáticas apresentam “fatores de risco significativos para o agravamento da saúde mental dos jovens, desde logo estando na base do transtorno da ansiedade”.
A moção refere, ainda, que “apesar dos esforços para reportar a resposta ao nível da saúde mental no Serviço Nacional de Saúde, as consultas de promoção ou intervenção apresentam tempos de espera elevados, sendo de difícil acesso nos cuidados de saúde primários”.
Embora o setor privado apresenta uma oferta diversificada, com tempos de resposta mais efetivos, os deputados municipais do PS adiantam que esta opção “acarreta custos avultados”, sublinhando que é “essencial desmistificar o estigma associado à doença mental, assim como o papel dos profissionais da área o que pode ser alcançado através da informação e da sua aproximação à população”.
A moção do PS propõe a criação de “gabinetes locais de psicologia nas freguesias ou de unidades móveis de apoio à saúde mental que permitam acessos de saúde mental, trazendo à freguesia de profissionais de saúde mental especializados da área”, assim como realizar campanhas de combate ao estigma e consciencialização sobre a importância da saúde mental.
O documento propõe, ainda, a necessidade de delinear juntamente com os “cuidados de saúde primários programas de prevenção e apoio às famílias que permitam identificar e intervir precocemente em situações de risco, estabelecer parcerias com organizações locais, como empresas e organizações, de modo a ampliar o alcance das ações de promoção de saúde mental e promover a inclusão da inclusão social através de espaços de convívio e lazer, programas de capacitação profissional e apoio a grupos vulneráveis como pessoas em situação de isolamento”.
Inês Monteiro, do PS, referiu, no espaço de discussão da moção de recomendação, que a colocação de um psicólogo em todas as freguesias será uma tarefa difícil, salientado, contudo, que a moção defende a criação de redes ou unidades móveis de cuidado.
“Tudo isto fará conjunto com uma rede social, uma ULS, com as instituições particulares de solidariedade social e com as demais entidades privadas do concelho. Infelizmente este acesso no concelho ainda é reduzido, não há um apoio municipal, esperamos que com a vinda de novos programas possam vir psicólogos para o município e a criação de equipas multidisciplinares. Pretendemos que os penafidelenses, qualquer que seja a sua idade, possam ter acesso aos cuidados de saúde menta”, disse.
Carlos Pinto, da coligação Penafiel Quer, recordou, na sua intervenção, que as saúde mental é uma preocupação de todos, sublinhando, contudo, que esta é uma questão que deve ser trabalhada pelo Estado central.
“A autarquia de Penafiel tem tido um atenção relativamente a este problema fundamental do desenvolvimento socioeconómico e da saúde de cada um de nós e tanto quanto nos é dado saber na estratégia municipal da saúde este é um problema que o executivo municipal e a vereadora Daniela Oliveira tem tido uma atenção constante e tem trabalhado muito nesta questão”, expressou, sustentando que já existem gabinetes de apoio à família em funcionamento.
“Iremos, contudo, viabilizar esta moção, através da nossa abstenção, para que a câmara municipal, através da sua estratégia de desenvolvimento, possa, também, aproveitar a vossa participação, as vossas propostas para em conjunto fazermos mais e melhor pelos nossos concidadãos”, manifestou.