Ricardo Sousa, vereador da bancada do PSD, numa análise ao documento, criticou o que considerou ser um aumento “brutal na arrecadação de impostos”.
“Estamos a falar de um aumento de mais de 63%. Este amento de taxas e taxinhas é de quase 200%, a aquisição de serviços aumenta quase 100%, há um aumento brutal, também, nos gastos com pessoal, o passivo passa de 15 milhões para 16 milhões mais os 99 milhões de passivos contingentes, o que quer dizer que a soma dos passivos fica praticamente em 200 milhões de euros”, afirmou, questionando o executivo PS, liderado por Alexandre Almeida, acerca dos passivos contingentes.
“Percebemos que a câmara está com dificuldades financeiras e percebe-se pelo aumento sucessivo de impostos. Aliás, todos os anos têm-se aumentado os impostos e as taxas. Temos um passivo de quase 100 milhões de euros, mais quase 100 milhões de passivos contingentes”, declarou.
Alexandre Almeida, numa explicação do relatório de gestão e contas de 2023, refutou existir um “aumento brutal de impostos”, recordando que o IMI se mantém no mínimo.
“Há um aumento da receita do IMI, estamos a falar de cerca de 15%, quanto aos custos com pessoal, em 2023 ainda se consolidaram as transferências de competências, foi de 13%, tínhamos 18,8 milhões, passou para 21 milhões, tendo aumentado mais dois milhões de euros”, disse, sublinhando que o aspeto mis negativo tem a ver com as taxas de juros sobre os empréstimos.
“É uma variável exógena, que não conseguimos controlar, e que têm a ver com as taxas de juro sobre os empréstimos. Em 2022 suportámos mais de 400 mil euros de juros e em 2023, mais de dois milhões de euros 111 142 porque houve a subida da Euribor para o valor da inflação e para mais tínhamos o empréstimo do resgate da água e saneamento da Be Water. De qualquer forma isso foi acomodado nas contas”, disse.
“No ano transato tomamos a decisão de não contrair mais empréstimos, tínhamos limite de endividamento para o fazer e não o fizemos, não houve qualquer contração de empréstimos, tirando aqueles do BEI. Apesar de no final de 2022 termos contraído um empréstimo para o resgate de 20 milhões de euros, devíamos à banca, em 2022, 50 068, 881. O que devemos à banca em 2023 é de 51 135 752, isto mostra o quanto temos cortado de forma a acomodar este financiamento”, precisou, sublinhando que estão a decorrer uma série de obras, nomeadamente o auditório, que ainda não estão fechadas, o que acresce cerca de 12 milhões de euros.
“Houve um aumento de 15% na receita. Paredes é, hoje, mais atrativo do que era há alguns anos atrás e é natural que o IMI e o IMT aumentem, apesar de estarem no mínimo”, expressou.
“Se a taxa é a mesma, mas se a base aumenta é óbvio que as taxas amentam e foi isso que aconteceu. Temos mais 15% de receita”, atalhou ainda.
O chefe do executivo recordou ainda, que o pagamento de dívidas a mais de três meses voltou a cair novamente.
“Quando chegamos ao poder existia 5 milhões 868 159, em 2019 já tinha baixado mais de três milhões de euros, em 2020 pouco mais de dois milhões 749 e em 2021 desceu para um milhão 397 152. Em 2023, desceu para 1 milhão e 096”, precisou.