Em entrevista ao Bom dia, Novum, a jovem lembrou que primeiro teve as encomendas e que só depois surgiu a venda dos produtos. Para já, apenas de forma on-line, sendo seu objetivo abrir a sua primeira loja física.
“No início, oferecia as peças que criava, ou seja, não era um negócio, mas havia sempre quem fazia questão de me dar qualquer coisinha”, recordou, dizendo que foi motivada pelos que lhe eram próximos. “As pessoas viam-me com as peças, gostavam e acabavam por pedir, dizendo-me que devia tornar aquilo uma coisa mais a sério”, explicou.
Refira-se que, além da paixão por esta arte, Ariana Pereira concilia com o gosto pelo desporto, mais propriamente pelo hóquei, modalidade que pratica desde os 7 anos de idade.
Portanto, há, assim, uma simbiose entre estes dois elementos na vida da artista. Prova disso é que em todas as feiras leva um stick consigo, objeto que acredita que lhe traz sorte. Aliás, os hoquistas recebem o “chamamento”, param na sua banca e compram produtos, principalmente colares personalizados com o símbolo do hóquei.
Mas, falemos acerca do início. “Comecei desde pequena a fazer as pulseirinhas com as missangas e ao longo do tempo fui ganhando gosto e evoluindo, procurando materiais novos”, partilhou. “Quem diria que iria continuar nisto durante tantos anos”, disse ainda.
“As primeiras coisinhas que fiz foram as lembranças da comunhão, para mim e para o meu irmão”, abordou, frisando que ia tendo inspiração para as suas peças através do que a rodeava no dia a dia. Depois, avançou para trabalhos em cortiça. Nessa altura, a mãe também já ajudava, nomeadamente na aquisição dos materiais, pesquisando novos fornecedores, por forma a ter “coisas diferentes”.
Atualmente, o material que mais usa é o aço inoxidável, pois “mantém a cor e o brilho”.
Sobre os artigos que lhe são mais custosos de elaborar, Ariana destacou os artigos religiosos, os terços, ou seja, “os mais pequenos demoram cerca de 30 minutos, mas os maiores, os completos, preenchem-me muito mais tempo”.
“As lembranças de comunhão, que foram o começo de tudo, ainda continuam a pedir e o facto de as pessoas quererem dar um miminho feito por mim dá-me um gosto que não sei explicar”, evidenciou.
“Depois, tem os colares de missangas que são todos feitos à mão, os outros colares fazem-se muito mais rápido”, frisou. “Se já souber o que quero fazer, faço aquilo num instante, já tenho manejo”, acrescentou.
Sobre a arte em si, nomeadamente o jeito para trabalhos manuais na família, referiu: “Começou por mim, só uma tia minha tem mais ‘jeitinho’ para fazer umas coisas diferentes, mas, o resto não”. “Ajudam-me no que podem, mas mesmo a fazer sou mais eu, porque não têm a mãozinha para fazer”, continuou, lembrando que tudo é feito à mão, desde “as argolinhas, os ferrinhos”. “É um trabalho que demora bastante tempo a fazer”, frisou.
“Há noites em que quase nem se dorme, por forma a conseguir fazer tudo, principalmente na altura das comunhões, do dia do pai, da mãe… Ou seja, naquelas épocas onde tenho mais trabalho, conciliar tudo é difícil, mas com esforço tudo se faz”, considerou.
Assista à entrevista completa.