A edição deste ano promete um percurso bem “rijo”, pelas mais desertas estradas raianas, incluindo uma passagem de fronteira até território espanhol, numa prova que vai unir Portimão e Penafiel, com paragens em Évora e Covilhã.
Na Apresentação Oficial, ficou a saber-se que o início natural pelo Passeio de Aventura, no dia 6 de junho, levará os participantes a descobrir as belezas do concelho portimonense, incluindo as praias da Rocha, do Vau e do Alvor. Será um arranque tranquilo, num dia que incluirá as indispensáveis verificações documentais e técnicas, antes da madrugadora partida rumo a Évora. Será a primeira etapa, em cenários de beleza ímpar através da serra algarvia, cruzada de Oeste para Este e com um promissor regresso ao vale do Vascão.
Desenhado através das zonas mais remotas de Portugal Continental, a grande e heterogénea caravana do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal viverá um momento alto em Mértola, com uma receção em grande festa. Sítios de peso histórico também nesta edição 2024 do Portugal de Lés-a-Lés serão os regressos ao Pulo do Lobo e a Barrancos.
Haverá ainda uma ligação em terra batida para visitar o Monumento Nacional que domina nas margens do rio Ardila, curso de água que acompanhará os motociclistas até Moura, apontando depois às margens do Alqueva e daí até ao centro histórico de Évora, com passagem por Reguengos de Monsaraz.

Bem no coração da cidade reconhecida pela UNESCO como Património Mundial partirá a segunda etapa, a menos dura e mais rolante ao longo de 460 quilómetros, através do Alto Alentejo, com passagem pelo Crato até Vila Velha de Rodão. Desta escarpa sobranceira ao Tejo a caravana segue até Tinalhas, no concelho de Castelo Branco.
O pelotão vai depois numa incursão em terras espanholas através da fronteira de Monfortinho sobre o rio Erges, para nova visita às instalações da Motoval em Valverde del Fresno. Depois de cumprimentar o representante da Dunlop que há vários anos apoia o Lés-a-Lés e onde sempre existe música e porco no espeto, o regresso a Portugal será feito por Penamacor.
Paragem para respirar um pouco e ganhar fôlego antes de atacar os últimos quilómetros até à Covilhã.
Última etapa liga Covilhã a Penafiel
A terceira e última etapa do 26.º Portugal de Lés-a-Lés, mesmo sendo a mais curta com cerca de 370 quilómetros, será a mais exigente, obrigando a mais horas de condução.
Desde a saída da Covilhã até Penafiel praticamente não existe uma reta, começando por abordar as curvas que levarão até aos 1500 metros de altitude da Nave de Santo António antes da descida a Manteigas, entrando num dos concelhos com a floresta mais bem preservada em Portugal. Com o Norte no horizonte, regresso a uma estrada utilizada há 20 anos, no 5.º Lés-a-Lés, até Gouveia, desfrutando das belezas da Serra da Estrela antes da entrada no planalto beirão via Fornos de Algodres.

Com a grande aventura a aproximar-se do final, tempo para novas serranias, com passagem pelo vale do rio Távora, a descida ao Pinhão – que detém o recorde de temperatura máxima em território nacional – subida a Sabrosa, passagem por Vila Real, serra do Alvão, Lamas de Olo e Vale do Poio em direção Cabeceiras de Basto. Depois o caminho vai até Vizela, seguindo, depois até à chegada a Penafiel.
E, com a bênção da Senhora do Sameiro, atravessar o palanque de chegada numa edição que se antevê dura, para motociclistas aventureiros e rijos, independentemente da máquina utilizada. É que o Lés-a-Lés volta a ser uma aventura para todas as motos, mas não para todos os motociclistas.