Nesta entrevista, Carlos Alberto Silva aproveitou para fazer um balanço daquilo que foram os últimos sétimos anos à frente do CHTS, reiterando que, assim, que assumiu funções encontrou um hospital “com muitas carências de recursos, com muitos doentes para tratar e com uma necessidade muito grande de ser relançado a outros patamares”.
Carlos Alberto Silva recordou que o “crescimento do serviço permitiu criar novas valências de tratamento para o doente”, foram recomeçadas especialidades novas, tendo aumentado a “formação de jovens (médicos e outros), garantindo, assim, muitos projetos profissionais e de vida, com fixação de quadros de valor acrescentado na região os jovens escolhem hoje o CHTS como primeira escolha”.
“É um hospital atrativo do ponto de vista profissional e bom para o início da carreira médica”, expressou, sublinhando que a sua gestão sempre foi reconhecida pelos autarcas da região, independentemente da cor política.
Carlos Alberto voltou a defender a criação das Unidades Locais de Saúde como sendo o projeto da região e como tendo inúmeras vantagens.
Falando da nova realidade da ULSTS, cujo plano de negócios foi trabalhado em conjunto entre o CHTS e os ACES (cuidados primários) da região, Carlos Alberto confirmou que esta apresenta um “enorme potencial na melhoria de resposta assistencial para a comunidade da nova ULSTS”.
A este propósito, o ex-presidente do CHTS precisou que empenhou-se em transmitir a “ideia de que a ULSTS terá de garantir a importância dos cuidados primários, a importância dos rastreios, da promoção da saúde e da prevenção da doença”.
Questionado sobre o Hospital de Amarante e o facto das urgências não funcionarem, Carlos Alberto assumiu que existe uma dificuldade em garantir profissionais para as urgências.
“Nós vivemos um tempo de dificuldade e não podemos ampliar mais o problema na região. O risco que se corre é a falta de recursos que iria existir para duas urgências. Nós, hoje, vemos a dificuldade que e garantir o número de profissionais para as urgências, esse é o grande problema. A urgências têm de ser uma solução macro”, precisou, sustentando que a urgência vai ser sempre o “grande problema do CHTS”.
Nesta entrevista, Carlos Alberto Silva relembrou, ainda, que o CHTS foi o primeiro hospital a ser fustigado com a pandemia.
“Aqui a magnitude da situação e o desafio enfrentado foi muito grande. Só com a abnegação dos profissionais se conseguiu aguentar a situação. Em 500 camas, 235 estavam ocupadas com doentes Covid”, sublinhou.
Carlos Alberto Silva reiterou, ainda, a ideia, de que não conseguiu proceder à redução do número de pessoas que se deslocam à urgência, nem encontrar soluções que permitissem delinear diferentes respostas ao serviço de urgência e que acabaram por afetar o esforço dos profissionais.
O ex-presidente do CHTS penitenciou-se, ainda, por não ter conseguido que a tutela ficasse sensível às suas reivindicações quanto à necessidade de reforçar os recursos humanos, financeiros e materiais e fazer face ao “pouco dinheiro e com escassez de instalações e equipamentos”.
Carlos Alberto Silva recordou, ainda, que fez uma “ gestão cuidada dos dinheiros públicos”, apesar das restrições devidas ao “subfinanciamento”, sustentando ter deixado uma situação financeira, nomeadamente no que toca ao pagamento de dívidas, diferente da que encontrou aquando da sua entrada em funções.
Carlos Alberto Silva relevou, ainda, o papel de Fernando Malheiro à frente do ACES do Tâmega II – Vale do Sousa Sul, assumindo que este foi um fator extraordinário na coesão do grupo, numa alusão ao facto daquele ter ficado de fora do atual conselho de administração da ULSTS.
Carlos Alberto deixou, ainda, uma palavra final de gratidão e apreço a todos os colaboradores do CHTS que, recordando os contribuíram para a melhoria do estado de saúde dos cidadãos da região
“Levo algumas pessoas, que deram muito empenho em prol da população-. Levo projetos que fui capaz de potenciar. Levo uma certa sensação de dever cumprido”, afirmou
“Nunca fiz a vida por carreira mas sim por projetos e nos projetos eu tinha de mostrar alguma coisa de valor acrescentado que justificasse a minha passagem”, asseverou.