Artigo de Opinião | Passa-culpas constante e veneração do passado socratiano

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Passa-culpas constante e veneração do passado socratiano: os novos valores étnico-morais do PS do século XXI

A 28 de novembro de 2015, o secretário-geral do Partido Socialista Português (PS) António Luís Santos da Costa era digitado primeiro-ministro de Portugal por o então presidente da República Aníbal Cavaco Silva. Passados oito anos depois, é evidente que houve aspetos positivos na governação socialista com um certo crescimento económico em relação a algumas metas estabelecidas pela União Europeia ou o combate eficaz e até exemplar que foi realizado durante a pandemia do coronavírus (COVID-19).

Contudo, os socialistas tendem a ignorar os aspectos mais negativos da sua governação: alguns setores importantíssimos para a sociedade civil (como a saúde, a habitação ou a educação) tem visto uma degradação constante e acentuada ao longo desses mesmos oito anos. Para “melhorar essa situação, o PS aponta o dedo para os problemas que o país atravessa para a governação social-democrata de Pedro Passos Coelho e do parceiro de coligação/governo Paulo Portas, entre 2011-2015.

Não, meus senhores do Partido Socialista Português ou simpatizantes do mesmo: a culpa não é do executivo do PPD/PSD-CDS-PP, o qual acusam duramente do atraso económico-social do país com as suas políticas, políticas essas condicionadas pelas cláusulas impostas pela TROIKA e pelo FMI e acordadas no governo anterior ao do liderado por Passos Coelho, governo esse do Partido Socialista liderado por José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, o “obreiro” da primeira maioria absoluta do PS em 2005.

Mais absurdo de esta troca culpas que não leva a lado nenhum, é o simples facto do atual secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos afirmar em pleno Congresso do PS que “não podemos esperar” e que “queremos avançar”, sendo que foi ministro das Infraestruturas e da Habitação que quase nada fez neste âmbito. Chega a ser insultuoso para os portugueses afirmar que estes 8 anos foram uma espécie de “teste” e que a partir de 10 de março de 2024 será a valer. Pedro Nuno Santos esquece-se que integrou os três governos do PS durante estes anos e que foi complacente com as decisões erradas que foram tomadas (não nos esquecemos do escândalo que detonou na TAP e das promessas vazias no setor da habitação).

Se Pedro Nuno Santos quer ser indigitado primeiro-ministro português pelo presidente da República a 10 de março de 2024 precisa de se libertar da herança socratiana. O PS tem e deve retomar aos seus valores originais e voltar a inspirar-se em figuras ímpares do Partido Socialista como Mário Soares, António Guterres ou até mesmo Jorge Sampaio e não em figuras como José Sócrates ou colaboradores próximos deste como João Galamba e Vítor Escária, os quais não olham a meios para atingir os seus objetivos, levando ao detrimento paulatino da credibilidade das instituições políticas nacionais.

Diante de todo este cenário totalmente desnecessário, a nova Aliança Democrática (composta pelo PPD/PSD, CDS-PP e PPM) é a única alternativa credível e possível para reverter a situação gravíssima que o país atravessa. A AD não é um projeto do passado como referiu o novo secretário-geral do PS: pelo contrário, a AD está verdadeiramente comprometida em desenvolver, auxiliar e fazer crescer Portugal em todos os aspetos possíveis do que o PS, que mesmo com uma maioria absoluta dada por uma grande parte dos portugueses, foi incapaz de os auxiliar em condições.

 

Rui Urbano Moura