Artigo de Opinião | Desejos 2024

Bernardo Rodrigues Ribeiro OPINIAO | NOVUM CANAL
O início de 2024 será politicamente atribulado. Escassos são os períodos que não foram atribulados sob a governação de António Costa nos últimos anos, mas o período pré-eleitoral é especialmente distinto e reacende a chama ideológica que mesmo os mais desinteressados parecem possuir.

Se por um lado o desejo de continuidade não poderia estar mais vincado com a militância do Partido Socialista a confiar e sua liderança ao ex-Ministro demissionário que concatena a sua bolha de intervenção ao lado mais radical dos pilares orientadores do partido, do outro lado temos as forças de oposição em êxtase com a oportunidade de reafirmarem as suas ideias e, quiçá, chegar, finalmente, ao poder.

Ora, o primeiro desejo é mesmo que as forças políticas não vinquem o estigma de que a política está desprovida de quadros íntegros e que procuram, como intenção
exclusiva, o serviço público e a criação de melhores condições de vida dos portugueses. Mas teremos condições que defendam este desejo? Vejamos:

À esquerda residem os principais responsáveis pelo imbróglio atual. Os últimos anos foram infaustos para os portugueses. Dificílimas condições de acesso a serviços de saúde; alunos e professores sem condições de ensino/ trabalho e resultados académicos preocupantes; níveis de pobreza recorde; condições péssimas de acesso
condigno a habitação própria; cargas fiscais elevadíssimas; novas gerações desacreditadas e que só encontram na emigração uma solução para um futuro estável
e tantas outras circunstâncias que criam uma azáfama enorme no dia a dia dos portugueses.

À direita, a solução para a degradação supra, as intenções dividem-se entre os que procuram uma solução moderada e com ideias e uma solução radical, populista cuja ação está pendente dos decibéis aplicados no discurso. A esquerda, consciente desta divisão, procurou estimulá-la ao longo da legislatura para que as eleições legislativas subsequentes pudessem permitir que o PS voltasse a contar com o maior número de deputados eleitos. Mas é precisamente aqui que entra o meu segundo desejo.

A beleza da Democracia permite que sejam os eleitores a decidir o rumo dos acontecimentos. Embora se deva pautar as intervenções pelo respeito, pela pluralidade e diversidade de opiniões, julgo justo considerar do senso comum a vontade de reverter o estado atual da realidade vigente e procurar uma alternativa que
reúna o maior número de votos. Se fizermos um exercício de revisionismo histórico recente, notamos que em 2011 a busca por condições antagónicas ao que sucedera no passado e consequente eleição da coligação PAF encabeçada pelo Dr. Pedro Passos Coelho se mostrou eficaz na reestruturação do país que recordo vinha de 6 anos de Socratismo. Posto isto, em 2024 a solução poderá ser facilmente identificável. Dir-me-ão os senhore(a)s leitores que o atual líder do segundo partido com maior representação parlamentar já não é o mesmo e não possui o mesmo carisma do que venceu as eleições em 2011 e, já agora, também 2015. Permitam-me que até concorde, mas mantenho a esperança de contar com uma versão próxima da que personificou o último congresso do partido. E parece-me, todavia, pelo menos uma
solução mais credível que o candidato que não sabe, pasmem-se, o valor do Salário Mínimo Nacional nem do Indexante de Apoios Sociais.

No entanto há uma parte desta solução moderada importantíssima. O CDS-PP. Os quadros atualmente liderados pelo Dr. Nuno Melo, ainda que neste momento não
estejam na Assembleia da República, fazem parte das soluções governativas das duas regiões autónomas; têm um deputado europeu eleito, na pessoa do seu presidente; governam várias câmaras de capitais de distrito do país e têm mais autarcas eleitos que vários partidos com representação parlamentar, juntos. Permitam-me ultrapassar o exercício de enumerar os variadíssimos quadros com provas dadas em diversas áreas de atuação.

O CDS é, portanto, o partido que reúne todas as condições que parecem corresponder à expressão generalizada de vontades dos portugueses. É oposição ao Partido Socialista desde a sua fundação; é moderado, um garante de estabilidade e reúne as ideias e respetivos pensadores, consciente, inclusive, que muitas das suas ideias são reutilizadas atualmente em formato, naturalmente, cópia dado o detentor do formato original ter perdido espaço de debate em sede da AR, mesmo tendo reunido mais votos que dois partidos que possuem esta representação nas últimas eleições.

Os últimos anos mostraram que a Direita Certa faz falta. Fazem falta os melhores quadros com provas dadas e conhecimento na matéria. Faz falta a elevação da Cecília, o tato para a saúde de Isabel Galriça Neto, a sabedoria para os assuntos fiscais de Paulo Núncio, a jovialidade do Francisco Camacho, a proximidade na educação da Ana Rita Bessa, o trabalho de Pedro Mota Soares, a liderança de Telmo Correia e Nuno Magalhães e tantos outros quadros com provas reafirmadas em variadíssimas áreas. Aguardamos o regresso.

 

Bernardo Rodrigues Ribeiro