As autoridades advertem que esta era uma “burla em crescendo, com vítimas por todo o território nacional e, também, muito disseminado noutros países europeus”.
A PJ recorda que “as vítimas, muitas delas pessoas de idade avançada, acreditando que estavam a falar com os filhos e que estes se encontram em dificuldades financeiras e/ou a necessitar de concretizar pagamentos urgentes, dispunham-se, de imediato, a efetuar uma transferência/pagamento cujos valores variavam, mas que, nalguns casos, ascenderam a milhares de euros”.
As autoridades esclarecem que na área “deste DIC, este tipo de burla supera as 200 denúncias, com valores que, no total, ultrapassam os 100 mil euros”, salientando que em “termos investigatórios foram estabelecidas coincidências entre inquéritos e notou-se um uso, bastante acentuado, de números de telemóveis, irrepetíveis, de operadoras nacionais, para a prática deste tipo de ilícito, o que despoletou alertas e obrigou ao recurso a meios especiais de obtenção de prova”.
A PJ informa que existiam, à data, “muitas dúvidas sobre a forma de atuação e como conseguiam efetuar tantos pedidos de dinheiro, via plataforma WhatsApp, para depois alcançarem os seus intentos, um enriquecimento indevido e ilícito”.
“Não obstante, após várias diligências e com autorização judicial, foi dado cumprimento a um mandado de busca domiciliária e detido, em flagrante delito, um cidadão estrangeiro, pela prática do crime de burla qualificada”, avança a PJ que sublinha que “foram apreendidos sete modem’s que acoplavam 32 cartões SIM por aparelho, significando que operavam 224 cartões em simultâneo”.
As autoridades referem que a “investigação identificou o uso massivo de cartões, concretizável no facto de terem sido apreendidos milhares de cartões, mais de sete mil cartões por utilizar e mais de mil e quinhentos já utilizados em práticas delituosas”.
A Polícia Judiciária declara que “no final, tornou-se percetível o modus operandi, face aos elementos de prova recolhidos, frustrando-se, com a presente investigação e operação policial, a consumação, em território nacional e além-fronteiras, de milhares de burlas informáticas”.
O detido, de 41 anos, será presente às competentes autoridades judiciárias para primeiro interrogatório judicial e aplicação das adequadas medidas de coação.