Os enfermeiros vão fazer greve às horas extraordinárias em Portugal, entre 30 de outubro e 25 de novembro, numa paralização convocada pelo Sindicato Nacional dos Enfermeiros que alega a estagnação salarial e a valorização destes profissionais como uma das razões para estre protesto.
O Sindicato Nacional dos Enfermeiros destaca, na sua página oficial, que a greve dos enfermeiros terá a “forma de paralisação total à prestação de trabalho suplementar, também denominado trabalho extraordinário, independentemente do regime de vinculação, regime de prestação de trabalho e área de exercício funcional, das 00:00 horas de 30 de Outubro de 2023 até às 00:00 horas de 25 de novembro de 2023”.
O mesmo sindicato declara que o “pré-aviso de greve, devidamente fundamentado nos termos legais, assim como um guião para a greve nacional dos enfermeiros convocada pelo SNE, que inclui as questões mais frequentes, serão disponibilizados, logo que possível, no site do sindicato”, recordando que a greve às horas extraordinária vem “reforçar a greve nacional dos enfermeiros de 20 de novembro de 2023″.
“Esperamos contar com outras ações de luta por parte dos restantes sindicatos representativos das Enfermeiras e dos Enfermeiros nos próximos dias”, reforça o sindicato que numa outra publicação esclarece que “a maioria das reivindicações dos enfermeiros se relacionam com a defesa da qualidade da enfermagem e do acesso dos doentes a cuidados de saúde em tempo útil e de qualidade”.
“Por isso, temos defendido publicamente condições de trabalho dignas, planeamento e organização do serviço público, uma política correta de gestão de recursos humanos que valorize a opção dos enfermeiros pelo SNS, e o aumento da capacidade de resposta, desde os Cuidados de Saúde Primários, passando pelos internamentos hospitalares, Serviços de Urgência. Blocos Operatórios e pela Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, pelo que esperamos que se associem às mesmas e que se juntem aos eventos públicos que estão a ser organizados (manifestações, vigílias, petições)”, lê-se na mesma publicação que o sindicato partilhou.

Este sindicato solicita aos enfermeiras que denunciem publicamente e “junto das autoridades competentes o prejuízo humano que o Ministério da Saúde está a causar aos cidadãos e, em especial, aos doentes, responsabilizando diretamente o Ministro da Saúde pelas consequências negativas resultantes das graves deficiências existentes no SNS”.
“Denunciem todas as situações de potencial falência de segurança clínica, que podem causar dano ou custar a vida aos doentes e aos Enfermeiros. Nestas situações, aconselhamos os colegas enfermeiros a apresentar declarações de denúncia à Ordem dos Enfermeiros e a não prestarem serviço em condições de falta de segurança clínica (Dotações Seguras de Enfermeiros e Enfermeiros Especialistas) de acordo com as suas regras deontológicas”, avança o mesmo sindicato que afirma ser “intransigente na defesa da qualidade e da segurança dos cuidados”.
“Estamos na linha da frente para garantir que se cumpra o lema: defender os doentes, respeitar os enfermeiros – Por um SNS com qualidade”, concretiza a direção do SNE – Sindicato Nacional dos Enfermeiros.