Os médicos internos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão em greve esta quarta e quinta-feira, numa manifestação convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Na origem desta greve, os médicos internos do Serviço Nacional de Saúde reivindicam a “revisão da grelha salarial, considerando os baixos salários, correspondentes, em termos líquidos, a cerca de 7,66 €/hora”, defendendo o “internato médico como o primeiro patamar da carreira médica”.
“A formação médica pós-graduada tem uma duração entre 5 a 7 anos (internos da formação geral e da especialidade), correspondente a trabalho efetivo, devendo ser valorizada para efeitos de progressão da Carreira”, referem.
Os médicos internos do Serviço Nacional de Saúde propõem, também, o “pagamento de formações complementares – 60% dos internos (segundo resultados de inquérito SIM) referem gastar mais 1.000€ por ano na sua formação, não obstante a obrigação legal do Estado/SNS em assegurá-la”.
Na origem desta greve está, ainda, o “reconhecimento da importância dos médicos internos, valorizando e dando visibilidade à sua atividade médica”.
“Os Médicos Internos representam 1/3 dos Médicos do SNS, trabalham 40 horas por semana, fazem horas extra (remuneradas e não remuneradas), sendo nalguns casos escalados como especialistas. Pagam a sua especialidade com tempo e dinheiro pessoais que usam para formação e produção científica”, adianta o Sindicato Independente dos Médicos que defende, ainda, o apoio e a valorização de “todos os orientadores de formação de todas as áreas de exercício profissional (para além dos da MGF no modelo USF-B) que, de forma gratuita e altruísta, usam o seu tempo pessoal para formar, orientar e rever a produção científica dos Médicos Internos, e explicitar no seu horário semanal tempo afeto a essa atividade formativa”.

O sindicato recorda no aviso prévio de greve médica nacional dos médicos internos que a greve abrange “todos os serviços e estabelecimentos portugueses onde os médicos internos exercem funções, salientando que os médicos internos vão paralisar a sua atividade a partir das 0 horas do dia 23 de agosto de 2023, até às 24 horas do dia 24 de agosto de 2023″
No que toca às motivações da greve, o sindicato relembra que a “luta dos médicos internos visa fazer com que o governo dê uma resposta efetiva ao caderno reivindicativo sindical, visa também o urgente encerramento da atividade da mesa negocial constituída entre o Governo e o SIM, e que, especifica e prioritariamente, seja apresentada pelos ministros das finanças e da saúde uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na Tabela Remuneratória Única da função pública, bem como se pretende que o período formativo que é o do internato médico, passe a integrar a Carreira Médica como sendo a sua primeira fase, deixando, portanto, de estar acantonado como uma mera fase de pré carreira”.