O Novum Canal continua o seu périplo pelas idas e vindas dos nossos emigrantes. Joaquim Matos, natural de Modelos, fixou residência em Vilela há mais de 30 anos. Mas, entretanto, as circunstâncias da vida levaram-no a emigrar para França, país que o acolheu há 16 anos.

“O que me levou a emigrar foram as circunstâncias da vida, as dificuldades económicas que se faziam sentir à data. Em 2008 houve uma grande crise, era marceneiro, trabalhava no setor do mobiliário, na confeção de cadeiras, setor também atingido, pelo que não tive outra opção senão emigrar”, expressou.

Joaquim Matos começou por ir apenas com um cunhado à procura de melhores condições de vida, mas mais tarde filhos e sobrinhos “fizeram as malas” e foram também.

“Tal como eu, muitos colegas meus optaram por emigrar  para  fazermos face às dificuldades. À data, fui sozinho comum cunhado e mais alguns familiares”, disse, admitindo que as diferenças entre um país e o outro são significativos, o que pesou bastante, no seu caso.

“Muitos outros colegas de profissão e de outras áreas tiveram que emigrar. Foi uma decisão que não foi fácil, que tive de ponderar, mas que, à data, achei que era a melhor para mim e para a minha família”, afirmou.

Entre idas e vindas, torna-se mais fácil, para Joaquim Matos, perceber as grandes diferenças existentes entre os dois países.

“Além dos salários e das condições de saúde são efetivamente melhores. Há diferenças significativas“, expressou.

É por tudo isto, que regressar, de imediato, a Portugal está fora de questão. Joaquim quer voltar, um dia, quem sabe, mas se as condições do seu país, assim o permitirem.

“No imediato não penso em voltar, mas daqui a alguns anos quem sabe? É aqui que estão as minhas raízes e e obviamente que assim que estiverem reunidas as condições penso em regressar”, adiantou, salientando que o governo deveria estar mais atento à realidade dos emigrantes que estão distribuídos por vários cantos do mundo, proporcionando-lhes condições para regressarem ao país.