“ Ética e a integridade: Que desporto temos e queremos?” foi o tema da conferência que decorreu no sábado, numa iniciativa organizada pelo Clube Desportivo das Aves 1930 e que juntou vários atores e agentes ligados ao desporto.
Numa iniciativa que contou com a moderação de Nuno Silva, jornalista do Novum Canal, Jorge Machado, diretor do departamento de ética e integridade do Clube Desportivo das Aves 1930, relevou a importância do tema que esteve em análise, a qualidade dos oradores e a transversalidade dos temas.
“A conferência contou com a presença de três painéis, um sobre ética e valores no desporto, em que se procurou refletir sobre a forma como a ética pode servir e pode estar ao serviço da comunidade, cumprindo com o desígnio de formar atletas, homens e cidadãos. Contamos com o coordenador do Plano Nacional de Ética do Desporto”, disse, salientando que no decorrer desta conferência foram, ainda, abordados o novo regime jurídico para a prevenção da violência no desporto e o desporto no feminino.
Carlos Manuel Pereira, vogal do conselho diretivo do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), recordou que o Plano Nacional de Ética no Desporto assenta num conjunto de medidas entre as quais a bandeira da ética que foi atribuída ao clube, o cartão branco, entre outras.
Sobre o cartão branco adiantou; “este só existe se os agentes desportivos aderirem, nomeadamente os clubes desportivos, as associações distritais, as federações”.
Carlos Manuel Pereira frisou, ainda, que este plano não se esgota nestas duas medidas.
“É fundamental criarem-se oportunidades de formação dos agentes desportivos, incluindo os dirigentes, os treinadores, os atletas, os árbitros, as famílias, os pais. Este debate é determinante e o Clube Desportivo das Aves 1930 está de parabéns por ter fomentado o debate e a análise destas questões”, expressou.
O vogal do IPDJ realçou que a ética tem de ser vista numa perspetiva mais lata, para além do desporto, envolvendo toda a sociedade.
O presidente do Clube Desportivo das Aves 1930, Pedro Pereira, reconheceu que mais importante do que falar sobre valores é praticá-los.
“Dispomos de um planeamento de ética que é raríssimo os clubes terem e obviamente que fiquei agradado pelo clube ter sido contemplado com a bandeira da ética e da integridade do desporto, sendo uma distinção pelo trabalho que é feito no dia-a-dia no clube”, disse.
Nuno Silva revelou que a integridade e a ética além do desporto tem de estar presente na sociedade.
Nuno Silva referiu que esta conferência permitiu debater temas como o papel da associação de adeptos, do papel das associações e das federações, do novo regime jurídico para a prevenção da violência mas, também, a questão do cartão do adepto que acabou por cair.
“Há passos que têm de ser dados, mas é impensável num país como Portugal existirem, ainda, assimetrias que existem entre o desporto masculino e o feminino”, acrescentou.