Foi inaugurado este sábado, no Museu Municipal – Museu do Móvel, o Polo de Paços de Ferreira da 5ª Bienal Internacional de Arte de Gaia organizada pela Artistas de Gaia – Cooperativa Cultural com o apoio da Câmara Municipal de Gaia.
Refira-se que este ano, Paços de Ferreira integra o conjunto dos 15 municípios que acolhem o projeto Bienal Internacional de Arte de Gaia como polo dinamizador.
Agostinho Santos, da direção da Bienal, destacou que a bienal é composto por 35 exposições, sendo que 20 estão sediadas em Gaia e 15 estão distribuídas noutros concelhos.
Agostinho Santos, que tem patente ao público uma mostra no Mercado Municipal de Paços de Ferreira, realçou a importância que a bienal assume no contexto da região e do país, ao dar a conhecer o trabalho de artistas já consagrados nas artes plásticas, sendo, também, um veículo para promover o intercâmbio com os artistas locais e dar a conhecer as suas obras.
referindo-se aos trabalhos expostos, Agostinho Santos defendeu que a arte pode e deve ser encarada como uma “arma” e uma veículo para dar a conhecer e retratar questões sociais.
“Um dos nosso objetivos é sensibilizar a opinião pública e os artistas para a necessidade de abordarem a arte de intervenção que se preocupa com as questões da sociedade como a discriminação entre géneros, racismo, xenofobia entre outros. Achamos que cada vez mais era importante chamar a atenção das pessoas para a importância dos artistas mudarem o mundo. Quisemos sair de Gaia e ir ao encontro das autarquias que são elementos fundamentais para que possamos veicular esta mensagem e dar a conhecer os seus trabalhos”, expressou, mostrando-se expectante que o público possa deslocar-se ao Museu Municipal e desfrutar deste tipo de arte.
Jorge Santos, responsável pela curadoria da Bienal, declarou que a articulação e a vontade do município fez com que fosse possível criar este polo.
“Estou satisfeito com o número de artistas e a qualidade das obras que conseguimos reunir. Paços de Ferreira estava já há algum tempo na nossa mira para acolher esta mostra e desta vez foi possível trazer a Bienal para a Capital do Móvel”, manifestou, salientando que esta é uma bienal de causas.
“Pretende-se que as obras tenham um significado, que permita trazer outros nomes e outros artistas que terão assim a possibilidade de dialogar com os nossos artistas e na próxima bienal, que decorrerá daqui a dois anos, possam ser convidados e percorrer outros polos”, sublinhou, confirmando que a mostra patente no polo de Paços de Ferreira integra obras de oito artistas da Capital do Móvel e nove artistas que são oriundos de outros pontos do país.
O vereador da Cultura de Paços de Ferreira, Júlio Morais, reconheceu que é motivo de regozijo para Paços de Ferreira integrar uma bienal como a de Gaia, um evento cultural que é já uma referência no domínio das artes e da cultura.
“Temos de nos internacionalizar, levar o nome do concelho para fora de portas e daí termos aceite o desafio de ter um polo em Paços de Ferreira, que conta com artistas de nome. É um orgulho ter cá artistas sobejamente conhecidos, com outros do concelho, numa troca de experiências, e que têm, assim, a oportunidade para expor os seus trabalhos”, avançou, sustentando que é necessário ir mais longe, sendo mais fácil fazê-lo em articulação, em colaboração com outros agentes e atores culturais.
“Gostamos de desafios, de coisas mais complexas e por isso associamo-nos a outros municípios e a outros artistas e esta troca de experiências é benéfica para todos”, concretizou.