Câmara de Paredes aprova prestação de contas de 2022 com votos contra do PSD

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A Câmara Municipal de Paredes aprovou, esta quinta-feira, 20 de abril, em reunião do executivo, o Relatório e Contas de 2022, que apresenta uma “redução da dívida em atraso a fornecedores em cerca de 5 milhões de euros, desde o final de 2018”.

Citado em comunicado, o presidente do município de Paredes, Alexandre Almeida, destacou que “estas contas confirmam que reduzimos os pagamentos em atraso, que são os pagamentos em débito aos fornecedores, a mais de três meses”.

“Em 2018, este valor era de 5.862.159,00 de euros, em 2019, foram 3.688.411,00 de euros, em 2020, reduzimos para 2.749.680,00 de euros, em 2021, baixamos para 1.397.152,00 de euros e no ano passado atingimos a redução de 893.532,04 de euros”, disse.

As contas do município de Paredes de 2022, por outro lado, já refletem no passivo o endividamento dos 21,3 milhões de euros, “para pagar o resgate da concessão da água e saneamento à Be Water”.

“ Mesmo assim, o passivo apenas aumenta cerca de 2 milhões de euros, passando de 83,5 milhões de euros para cerca de 85,5 milhões de euros (85.538.782,02 euros)”, refere o município em nota enviada à comunicação social.

O autarca paredense salientou que “estes resultados mostram o grande controlo que estamos a fazer no endividamento da câmara”.

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Fotografia: DR

“A prestação de Contas 2022 traduz um enorme esforço de investimento, sempre com a preocupação de obter financiamento comunitário e, como tal, garantir um equilíbrio das contas, para nunca comprometer o desenvolvimento futuro do concelho”, frisou, salientado que o facto que “2022 foi um ano em que se esteve a fazer muitas obras com apoios do quadro comunitário Portugal 2020 e a iniciar outras já com o apoio do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, como é o caso das habitações sociais que estamos a construir”.

O chefe do executivo relevou, também, a redução do valor dos pagamentos em atraso.

“Em 2022 a redução do valor dos pagamentos em atraso”. Esta rubrica “diminuiu cerca de 5 milhões de euros de 2018 até 2022”.

No final de 2022 “não havia dívida a qualquer empreiteiro de obra em curso. Este enorme esforço de redução da dívida foi feito num contexto de impostos municipais no mínimo, como é o caso do IMI (0,3%)”.

Alexandre Almeida conclui que “os resultados do exercício de 2022 devem-se à gestão transparente, rigorosa, eficiente e eficaz dos dinheiros públicos e numa preocupação constante de fazer os investimentos necessários para Paredes”.

PSD afirma que “dívida total de 2022 atingiu o valor de 55,956 milhões euros”

Já o PSD Paredes, cujo relatório mereceu os votos contra dos vereadores social-democratas, esclareceu que o “PSD Paredes vota contra o Relatório de Gestão e Contas do Município de Paredes do ano 2022, por se manifestar contra o aumento de impostos, a diminuição do apoio social e às famílias, o aumento da Dívida para mais de 56 milhões e do Passivo que no total se aproxima dos 200 milhões”.

Os social-democratas enfatizam que o documento em apreço mereceu o voto contra dos “vereadores do PSD, que assim demonstraram o seu descontentamento para com a atual situação financeira do município, não obstante os paredenses terem durante o ano em questão suportado uma carga fiscal num nível nunca antes visto”.

“As contas apresentam um resultado de -2,443 milhões de  euros (o que representa uma degradação de 6,45%), apesar do aumento face ao ano anterior, de impostos de 15,462 milhões de euros e da descida das Prestações Sociais de 5,74% face a 2021 e das Transferências para as Famílias de 5,92%”, refere o PSD em comunicado que declara que a “receita com o IRS que coube ao município aumentou 7,57% para 2,183 milhões de euros”.

O presidente da Comissão Política Concelhia do PSD Paredes, Ricardo Sousa, relembra que as “despesas correntes aumentaram na ordem dos 8 milhões de euros e o valor recebido referente à Transferência de Competências é da ordem dos 7 milhões, pelo que há aqui um aumento das Despesas Correntes de cerca de 1 milhão de euros que não pode ser justificado com a Transferência de Competências”.

“As taxas de execução foram baixas (inferiores ao valor de referência de 85%), tendo a taxa de execução da receita ficado pelos 78% e a da Despesa de 76%, o que confirma os nossos alertas para o facto de o Orçamento ter sido empolado. Basta ver a rubrica de receitas com Ativos Financeiros de 8,572 milhões de euros que teve uma execução de 0%”, relembra o líder do PSD Paredes.

Ainda de acordo com a Comissão Política Concelhia a “dívida total de 2022 atingiu o valor de 55,956 milhões de euros”.

“Tanto se falou da ingovernabilidade do município quando a dívida em 2017 era de 50 milhões, o que dizer agora que é bem superior?”, reforça Ricardo Sousa que confirma que “alarmante também é a situação dos passivos contingentes de cerca de 100 milhões de euros”.

O PSD Paredes esclarece que o “Relatório de Gestão e Contas nada refere acerca do IVA da indemnização do resgate do contrato de concessão da Be Water”.

“Mesmo considerando, e assim o esperamos, que se vai ficar pelos 21 milhões de euros, estamos a falar de um valor significativo de quase 5 milhões de euros”, alude a nota de imprensa que concretiza que a “Câmara de Paredes cobra impostos como nunca, diminui as verbas do apoio social, aumenta a dívida para mais de 56 milhões e um passivo que no total se aproxima dos 200 milhões de euros”.