“A Raiz do Marmeleiro”, assim se intitula a primeira obra de Arménio Santos. O livro foi este domingo apresentado no Conservatório de Música de Paredes, dia em que se assinala o Dia Internacional do Livro Infantil.
A obra tem como foco a importância do ato de brincar, direciona-se a crianças e a adultos, constituindo, também, um exercício de reflexão sobre o domínio que a tecnologia tem hoje na sociedade atual.

Arménio Santos destacou que esta obra é um conto que nasce da relação com a sua filha mais velha.
“Todas as noites queria que lhe contasse uma história, mas teria de ser uma história inventada. Percebi que esta era uma história com uma mensagem especial e tinha tudo para passar a livro”, frisou, mostrando-se esperançado que as pessoas apreciem a mensagem que aí está plasmada.

“A ilustradora Carla Pinto elevou todo o trabalho e esta obra tem de ser lida e conversada. Refletir sobre a sua mensagem. Estamos a falar de obra que versa sobre o facto dos meninos estarem tanto tempo ligados ao telemóvel e outros dispositivos”, avançou, reconhecendo que brincar é a coisa mais importante do mundo.

“Aprende-se muito a brincar, adquirem-se valores. Os pais, muitas vezes, esquecem-se disso, mas temos de deixar os mais novos brincarem”, atalhou, confirmando estar satisfeito com esta sua primeira obra.

“Estou orgulhoso, o livro é bom, sou suspeito para falar, mas vai de encontro àquilo que gosto. Não fiz esta obra a pensar nas vendas. Fiz um livro com o qual me identifico”, referiu, assumindo que tem já várias ideias que eventualmente poderão, no futuro, serem trabalhadas.

“Quero que as coisas surgem de forma natural”, concretizou, numa alusão à forma como olha para o seu trabalho e à obrigatoriedade que persegue muitos autores e escritores se vêm confrontados com a necessidade de estarem sistematicamente a editarem.

O vereador com o pelouro da Educação da Câmara de Paredes, Paulo Silva, que esteve presente no lançamento desta obra, relevou a importância dos mais novos lerem, assumindo que esta obra é um contributo positivo para que os mais novos continuem a despertar para a importância da leitura.

“Recordar que esta obra foi lançada no dia em que se assinala o Dia Internacional do Livro Infantil e no final de uma semana em que a autarquia e as escolas dedicaram à leitura é obviamente motivo de regozijo. Os livros estão esquecidos, os telemóveis e os comandos das televisões ocupam, hoje, muito espaço. O Arménio é uma pessoa multifacetada e acredito que esta obra está carregada de paixão e com uma dinâmica muito própria”, atalhou.

Cláudia Pinto mostrou-se igualmente agradada com o resultado final das suas ilustrações e com a possibilidade de ter trabalhado com Arménio Santos.

“Quando um adulto como o Arménio Santos está completamente apaixonado pelo que faz é muito fácil trabalhar e criar empatia com uma pessoa assim. O Arménio é energia, é inspirado e apaixonado pela família, pelas suas raízes e foi fácil transpor para o papel o que ele sente. Li o texto vários vezes e as minhas ilustrações só complementam o trabalho do autor”, precisou, admitindo que as suas ilustrações procuraram enriquecer esta obra.

“A história tem uma mensagem forte, mas queria que as minhas ilustrações fossem cor e ternura”, adiantou.