A Câmara de Valongo assegura que quer garantir os treinos das crianças da UDV que utilizavam o Estádio Municipal e que já encontrou uma solução para as crianças do emblema que treinavam futebol naquele equipamento.
Autarquia destaca que interditou equipamento por motivos de segurança e encontrou espaços alternativos para os jovens atletas continuarem a sua atividade desportiva.
“A Câmara Municipal de Valongo já encontrou uma solução para as crianças da UDV – União Desportiva Valonguense, que treinavam futebol no Estádio Municipal de Valongo interditado por motivos de segurança”, lê-se no esclarecimento que nos foi endereçado que adianta que os “cerca de 300 jovens atletas estão desde terça-feira, dia 21 de março, a treinar em relvados sintéticos situado na escola António Ferreira Gomes, em Ermesinde. Além destes dois relvados que serão alugados pela autarquia e que serão utilizados de segunda a sexta-feira, das 19h00 às 23h00, a autarquia disponibilizou também o Complexo Desportivo dos Montes da Costa, também em Ermesinde, que será utilizado para treinos dos escalões de formação da UDV à quinta-feira, conforme pedido pelo clube”.
O município reforça que “no decorrer do processo de diálogo encetado com a UDV, através do pelouro do Desporto, logo após a interdição do Estádio Municipal de Valongo, esta foi a solução encontrada para concentrar os horários dos escalões de formação, evitando transtornos para os atletas e famílias”.
A Câmara de Valongo esclarece que “nas reuniões com a UDV, ficou também acordado que os jogos de futebol 11 que os escalões de formação tiverem de jogar em casa, serão realizados no Estádio do Calvário, sendo que o Município de Valongo vai comparticipar o custo da manutenção desse relvado”.
A Câmara Municipal de Valongo informa que vai avançar com uma “empreitada de reconstrução do campo do Estádio Municipal de Valongo, cujo investimento está estimado em 700 mil euros”, salientando que “depois de concluído o projeto, será lançado o concurso público, prevendo-se que as obras estejam prontas dentro de aproximadamente um ano”.
Recorde-se que o Estádio Municipal de Valongo foi construído numa zona (Outrela) onde existiam minas de extração de Ardósia e muitos poços de ventilação dessas minas. Essa zona foi aterrada e nesse aterro construído o Estádio Municipal de Valongo por decisão de anterior executivo municipal.
“Ora, o aterro está a ceder, em particular na zona dos poços de ventilação o que provoca abatimentos significativos”, reforça a autarquia que confirma que o “atual Executivo Municipal tem vindo nos últimos nove anos a tentar mitigar este grave problema herdado de anterior gestão autárquica, realizando intervenções corretivas pontuais nas áreas que abatem, o que tem danificado o relvado que se encontra todo remendado”.
“Por sua vez, os abatimentos têm originado depressões pelo que o piso deixou de ser plano o que é propício a lesões”, avança o esclarecimento que declara que “recentemente devido a novos abatimentos, designadamente em zonas que já tinham sido intervencionadas, comprovou-se que a obra do Estádio Municipal de Valongo foi mal executada, pois o que se está a passar no subsolo é grave e o risco de novos abatimentos é iminente”.

A câmara destaca que “este equipamento faz falta porque todos os equipamentos desportivos municipais estão com uma ocupação plena devido à forte dinâmica desportiva de todo o concelho, o atual executivo da Câmara Municipal de Valongo não hesitou em interditar o Estádio Municipal porque a segurança das crianças está em primeiro lugar”.
“UD Valonguense recorda que espaço municipal, agora interdito, tem sido um grande suporte para a atividade do clube”
Recorde-se que a UD Valonguense, em comunicado que partilhou recentemente na sua publicação oficial, reconhecia que o “espaço municipal, agora interdito, tem sido um grande suporte para a atividade da UD Valonguense 1937 pelo que, perante a necessidade de ser interdito, é imprescindível para o clube a ajuda da autarquia em encontrar uma alternativa viável para os atletas”.
“Os recentes abatimentos no campo sintético do Estádio Municipal de Valongo levaram a que o mesmo fosse interdito, por questões de segurança, pela Câmara Municipal, impossibilitando a realização dos treinos das equipas de formação da UD Valonguense 1937. A direção do clube compreende a decisão da autarquia e partilha da mesma preocupação em garantir a segurança dos mais de 350 atletas, federados e não federados, dirigentes e equipas técnicas”, referia o emblema que sublinha que a direção do clube iniciou “diálogo com a autarquia, em particular com a vereação do Desporto, no sentido de ser encontrada uma alternativa, a curto prazo, que possibilite a continuidade dos treinos aos mais de 350 atletas (crianças e jovens dos 8 aos 18 anos), que contam com a formação da UD Valonguense 1937 e com as instalações do município para a prática desportiva”.

O clube manifestava, no mesmo comunicado, que até ao momento, as alternativas propostas pela autarquia foram o “pavilhão da Escola Secundária de Ermesinde (pequeno para as necessidades das nossas equipas); o campo sintético na zona industrial de Alfena mas apenas disponível a partir das 22 horas (além de não ter casas de banho nem balneários, o horário tardio é insuportável para crianças de 8, 9, 10,… anos)”.
O clube avançava, ainda, que “as propostas apresentadas pela autarquia não satisfazem as necessidades das nossas equipas de formação”.
“Tal como a Câmara Municipal, o clube também quer garantir a segurança dos atletas, sem prejudicar a confiança dos pais e famílias que confiaram os seus filhos à UD Valonguense 1937”, referia o emblema no comunicado que partilhou na sua página oficial, recordando que propôs à autarquia como alternativa a comparticipação do “financeiramente a colocação de um relvado sintético no Estádio do Calvário (que permitiria às camadas mais jovens treinar no estádio principal, o qual beneficia de mais acessibilidades de transportes públicos e libertaria o clube da despesa avultada com a manutenção do relvado natural)”.
O clube propunha, também, como alternativa “libertar outros espaços municipais em horários mais adequado para os treinos das camadas jovens”, recordando que “caso não seja encontrada uma alternativa viável, estes atletas poderão ver-se obrigados a procurar nos concelhos vizinhos soluções para a prática da modalidade”.
“ Algo que o clube pretende evitar. E que a autarquia deve, naturalmente, também tentar evitar. Certos de que o associativismo desportivo é parte importante na vida das crianças e jovens do Concelho – onde a taxa de obesidade infantil é bastante significativa –, continuamos a acreditar que ainda podem ser encontradas soluções para este problema.”, adiantava a UD Valonguense que reforça acreditar “na boa fé da Autarquia em encontrar uma solução a curto prazo que respeite atletas, pais, famílias, dirigentes e equipas técnicas, mas também o bom nome deste clube com mais de 85 anos de vida”.
“ Não queremos que este seja o início do fim de um clube quase centenário que muito tem dignificado o concelho de Valongo (a UD Valonguense é um clube certificado pela A.F. Porto com mais de 250 jogadores inscritos na FPF)”, concretizava na mesma nota informativa que esclarece que a “União Desportiva Valonguense é do concelho de Valongo”.