Os Bombeiros do Marco de Canaveses passam a contar, desde esta segunda-feira, com uma terceira equipa de Intervenção Permanente, dispositivo que conta com cinco elementos e passará a funcionar sete dias por semana.
A apresentação pública deste dispositivo ocorreu no quartel da corporação no Marco de Canaveses e contou com a presença do presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses, João Lima, do comandante dos Bombeiros do Marco de Canaveses, Sérgio Silva, e da presidente da Câmara do Marco de Canaveses, Cristina Vieira.
Na cerimónia de apresentação pública, o comandante dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses, Sérgio Silva, destacou que esta equipa é constituída por pessoas e técnicos devidamente credenciados dedicados à emergência, com mais qualificações, capazes de intervir em vários cenários e socorrer pessoas e salvaguardar os respetivos bens.
“Esta equipa de intervenção permanente irá permitir passar dos cinco dias para sete dias da semana, desde as 07h00 da manhã às 21h00”, disse, salientando que este era um dos objetivos que associação e o corpo ativo perseguiam e que foi cumprido.
Sérgio Silva reconheceu que a constituição desta equipa de intervenção permanente permitirá ganhar mais rapidez, não descurando o trabalho dos voluntários.
“Os voluntários farão sempre parte desta dinâmica e no período entre as 21h00 e as 07h00 da manhã teremos os voluntários integrados com o pessoal da equipa de intervenção permanente e os piquetes de voluntários”, adiantou, caracterizando que a apresentação pública da terceira Equipa de Intervenção Permanente dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses foi um dia histórico.
“Enquanto comandante dos Bombeiros do Marco de Canaveses, o objetivo foi sempre o de conseguirmos melhores veículos, melhores condições e homens. Podemos ter os melhores equipamentos, mas se não tivermos homens que saibam utilizar estes equipamentos, nada disto faz sentido”, adiantou.
O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Marco de Canaveses, João Lima, relevou a importância da corporação integrar uma nova equipa de intervenção permanente e reiterou a necessidade da autarquia continuar a apoiar a corporação e a investir no apoio e na proteção à comunidade.
“Sei que o município é recetivo em ajudar a resolver os problemas que vão surgindo e por isso achei importante voltar a frisar publicamente a falta de voluntários e também a questão do quartel que começa a ser curto para a quantidade de operacionais, quer de viaturas que temos ao nosso dispor e daí a necessidade de expandir o quartel”, asseverou, tendo deixado um elogio ao Ministério da Administração Interna e da Saúde que no mês passado regularizaram as dívidas aos bombeiros no concelho do Marco.
A chefe do executivo do Marco de Canaveses, Cristina Vieira, reconheceu que a constituição desta terceira equipa, os bombeiros do Marco de Canaveses sairão beneficiados em termos de operacionalidade.
“Em 2020 conseguimos junto do Ministério da Administração Interna uma segunda equipa de intervenção permanente. Nessa altura, o comandante dos bombeiros e o presidente da direção deram-me nota, apesar do ministério ter critérios para atribuir estas equipas de intervenção permanente, da necessidade de que tivéssemos uma terceira equipa de intervenção permanente, atendendo à dimensão do terreno. Reunimos como a secretária de Estado que foi sensível àquilo que eram as nossas preocupações que nos congratulou com esta terceira equipa de intervenção permanente que não terá custos para a população, porque quem suporta os seus salários é o ministério, com 50%, sendo que outros 50% são pagos pela Câmara do Marco de Canaveses. Por outro lado, antes tínhamos cinco dias de intervenção e agora iremos passar a dispor de sete dias de intervenção, o que é manifestamente mais positivo”, atalhou.
A autarca recordou que o município do Marco de Canaveses em 2020 aumentou de forma significativa o apoio a esta corporação, atribuindo 50 mil euros, afirmando existirem um conjunto de incentivos que tem sido facultados, com a atribuição de verbas para a manutenção da autoescada, a aquisição de duas viaturas, entre outros.
“À medida que a associação nos vai fazendo chegar as suas preocupações, a câmara municipal tem respondido positivamente. O que é importante salvaguardar e com os desafios que nos foram colocados e que têm a ver com os poucos voluntários que têm aderido à corporação, recordar que a autarquia tem um regulamento de apoio ao associativismo e aos bombeiros voluntários que atribui um conjunto de isenções, nomeadamente, nas taxas urbanísticas, licenças, gratuitidade na utilização dos equipamentos desportivos, nos transportes que são atribuídos aos voluntários, Há um conjunto de incentivos que estão disponíveis porque sabemos que ser bombeiro voluntário implica estar ao serviço da população, com sacrifício da sua vida pessoal e da própria família. Tendo em conta os objetivos desta corporação e das suas duas seções, o investimento nunca é demais. Estamos a falar em investimento em segurança e em salvaguarda de pessoas e bens”, reforçou.
Quanto ao alargamento do quartel para o terreno do Lapoceiro, pretendido pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses, Cristiana Vieira esclareceu que o terreno em causa já integra a Estratégia Local de Habitação.
“O tereno já foi dos Bombeiros do Marco de Canaveses, é propriedade do município e foi aprovada a Estratégia Local de Habitação em 2020 e está prevista construção de habitação neste terreno. Por isso, essa opção não é sequer viável, neste momento. Esta preocupação que os bombeiros têm em querer aumentar a sua capacidade, nomeadamente, na área da formação e aparcamento de viaturas resultará de um trabalho técnico feito com a câmara municipal que é um projeto a médio, longo prazo e não um projeto a curto prazo. O objetivo da câmara municipal é sanar qualquer preocupação e qualquer expetativa que os bombeiros tenham daquilo que é o seu trabalho no imediato, que é garantir a salvaguarda das pessoas e bens e nisso a câmara municipal tem sido intransigente”, garantiu.
Refira-se que a “criação desta EIP resulta de uma manifestação de interesse apresentada pela Câmara Municipal, em articulação com os Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses, e da aprovação pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC)”.