A Escola Secundária de Amarante promoveu, esta sexta-feira de manhã, uma palestra tendo como mote o fenómeno da corrupção e uma exposição, numa iniciativa promovida por este estabelecimento de ensino, que envolveu alunos de várias disciplinas e contou com a presença de vários alunos e docentes.
Ana Cristina Santos, diretora da Escola Secundária de Amarante, destacou que a escola integra o projeto redes de escolas anticorrupção, também, designado RedEscolas – ALL4INTEGRITY, que tem como objetivos promover “junto dos jovens o sentido de espaço público e bem comum”, contribuindo para a “elevação de consciências e alteração de comportamentos” e disseminação de “uma cultura de integridade em Portugal”.

O programa RedEscolas AntiCorrupção pretende, ainda, ir “ao encontro do disposto na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção” que elegeu como metas a prevenção do combate “à corrupção”, a aposta a educação e “melhorar o conhecimento, a formação”, promovendo, também, a “transparência e integridade”.
“No dia internacional anticorrupção quisemos dotar os alunos e os professores de ferramentas para melhor compreenderem este fenómeno da corrupção e saberem como intervir e o que evitar para que estas situações sejam combatidas diariamente”, disse, confirmando que existe uma cada vez maior consciencialização da comunidade escolar para a questão da corrupção.

A responsável pela Escola Secundária de Amarante relevou, também, a exposição desenhada e elaborada pelo grupo de economia que integra a disciplina de direito, que se encontra patente neste estabelecimento.
Rui Barroso, inspetor chefe da Polícia Judiciária do Porto, na sua intervenção, fez uma abordagem ao tema escudado na lei, abordando os impactos que a corrupção tem na sociedade portuguesa assim como os meios que as forças de segurança têm ao seus dispor para combater este fenómeno.

Aos jornalistas e já na reta final do debate, o inspetor chefe da PJ, da diretora do Norte, realçou que a corrupção está presente na sociedade portuguesa em diferentes graus, salientando que é fundamental apostar na sua prevenção e na educação como forma de erradicar este fenómeno.
“É pela educação que que se vão mudando estes comportamentos e por isso mesmo esta iniciativa, promovida pela Escola Secundária de Amarante é de relevar”, afirmou, sublinhando que há cada vez mais sensibilidade para abordar esta questão, sendo, também, determinante consciencializar os jovens para esta problemática.

“O impacto que tem a corrupção e a criminalidade económica no seu todo é um impacto superior ao da criminalidade violenta. Há uma frase que se costuma dizer nestas ocasiões que é a criminalidade violenta afeta famílias, mas a criminalidade económica afeta gerações e sabemos bem o que aconteceu na última década porque sofremos os impactos de atividades criminosas que acabaram por afetar toda a sociedade. Não estamos a falar de atividades violentas, nada disso, mas que afetaram o sistema bancário e toda a sociedade acabou por ser atingida”, expressou.
Falando da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção, Rui Barroso adiantou que “as necessidades são infinitas e os recursos são escassos”.
“A verdade é que faltam recursos para combater não só a criminalidade económica e a corrupção como os restantes fenómenos criminais. Qualquer estratégia tem de suportar no reforço dos meios existentes”, asseverou.

Luísa Silva, docente na escola, responsável pela disciplina de direito, relevou a importância desta temática e esclareceu que este projeto foi trabalhado no âmbito da disciplina, sendo, também, transversal a outras disciplinas.
“A comunidade escolar envolveu-se muito neste tema, todos os dias os alunos são confrontados com notícias sobre o tema corrupção. Sabemos que eles são o futuro e é com esse objetivo que teremos de os preparar, dotá-los de ferramentas que permitam construir uma sociedade melhor e mais transparente. A educação é, por isso, determinante para combater este tipo de fenómenos”, manifestou.

Ana Margarida, aluna do 12.º ano, defendeu que a corrupção é, hoje, um tema que domina muitos dos setores da sociedade civil e que urge debater e analisar permitindo que os mais jovens e a comunidade, de uma forma geral, possam dispor de instrumentos e ferramentas que lhes permitam fazer face a este fenómeno.
“Este é um tema cada vez mais debatido e torna-se urgente encontrar soluções para combater estas atividades criminosas, pelo que este projeto se reveste de uma importância acrescida”, avançou, sustentando que há cada vez mais jovens interessados neste assunto.

“Estamos na disciplina de opção de direito e a minha turma aderir de imediato a este tema e há um interesse em combater estre fenómeno e divulgar este assunto”, avançou.
Bruno Magalhães, aluno também do 12.º ano de escolaridade, da área de humanidades, atalhou pelo mesmo diapasão quanto à importância deste assunto.

“Somos estudantes, mas vamos entrar na vida adulta e importa termos instrumentos que nos permitam combater a corrupção e identificar estas situações”, manifestou.
Leonor Sanches, aluna do 12.º ano, da disciplina de direito, esclareceu que esta atividade mobilizou um número significativo de alunos que além do debate prepararam um conjunto de materiais alusivos ao tema.
“Este é um tema que deve ser falado nas escolas e este é um projeto que aborda esta questão”, atalhou.
Miguel Silva, também do 12.º ano, mostrou-se, igualmente, satisfeito pelo facto da escola ter agarrado este tema.

“A corrupção é um tema que está muito presente na nossa sociedade e gastamos demasiado dinheiro para a combater. Se a corrupção fosse eliminada poderíamos melhorar áreas como a saúde, a educação e a justiça”, asseverou, confirmando ser fundamental envolver e suscitar a discussão deste tema junto da comunidade escolar, mas também, dos cidadãos, de uma forma geral.