A necessidade de criar políticas públicas para os desafios da longevidade ficou bem patente entre os oradores do Fórum “Transição para a Reforma – Desafios às Organizações e às Pessoas”, realizado na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto. Os especialistas reforçaram também a importância da geração mais velha para a sociedade e, em particular, para as empresas.
Apesar de os números terem ajudado a traçar um retrato claro do envelhecimento em Portugal – o terceiro país mais envelhecido da União Europeia e o quarto do mundo – as palavras da mais de uma dezena de especialistas do Fórum “Transição para a Reforma” apontaram uma perspetiva otimista sobre a longevidade.
As vantagens que o mercado de trabalho pode colher de colaboradores mais velhos e a valorização dos percursos de vida foram alguns dos destaques dados pelos oradores, que deixaram também desafios às empresas e organismos públicos para encontrarem respostas dedicadas a esta geração.
Realizado no âmbito do projeto de literacia financeira e digital “Eu e a Minha Reforma”, o Fórum trouxe até à sessão de abertura uma das entidades que cofinanciam o projeto. Filipe Almeida, presidente da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social, deixou claro: “a longevidade não é um problema, a longevidade é uma solução, é uma conquista civilizacional e da ciência”.
“O envelhecimento da população, em bom rigor, também não é um problema. É um desafio. Agora, o isolamento, a exclusão social, a deterioração física e cognitiva, as múltiplas iliteracias, incluindo a financeira, a doença, o medo, a ausência de projeto de vida, a dificuldade de criar núcleos interpessoais…isso são problemas”, acrescentou o responsável da Portugal Inovação Social.
Problemas para os quais Filipe Almeida reconheceu ainda faltarem soluções: “é fundamental desenvolver respostas inovadoras, testar e experimentar outras soluções para dar resposta aos idosos de hoje, mas também aos idosos de amanhã”.