(C/VÍDEO) Banco Alimentar Contra a Fome do Porto faz balanço positivo da campanha realizada, no fim-de-semana, no distrito
O Banco Alimentar Contra a Fome do Porto fez balanço positivo da campanha, deste fim-de-semana, que decorreu no distrito, revelando que foram recolhidas 370 toneladas de alimentos em 321 supermercados.
Apesar da diminuição residual de apenas 2,1%., António Serôdio relevou a adesão em grande número, a solidariedade e o espírito de abnegação dos portugueses, quando falta menos de um mês para o Natal.
António Serôdio do Banco Alimentar Contra a Fome do Porto, destacou mesmo, em declarações ao Novum Canal, que as pessoas deram o mesmo valor, mas devido à inflação verificou-se a tal redução de 2,1%.
“A campanha no Porto decorreu muito bem, recolhemos 370 toneladas de alimentos em 321 supermercados, atingindo valores idênticos de há um ano. Verificamos que as pessoas deram o mesmo valor, mas como as coisas estão mais caras devido à inflação, a quantidade doada foi menor. Registamos uma diferença na ordem dos dois por cento relativamente ao ano transato que acaba por ser justificada pela inflação. As pessoas gastaram o mesmo, mas tivemos menos cerca de dois por cento de doações, o que é residual”, disse, confirmando que apesar desta diminuição residual, houve um crescimento nas doações na zona de Paredes e Penafiel.
Confrontado, com os valores apurados na campanha a nível nacional que apontam para um aumento de 24% em relação à campanha de 2021, António Serôdio justificou estes valores com o facto, deste ano, todos os bancos terem aderido à campanha.
“Há um ano atrás não tínhamos a segurança que temos hoje, em fevereiro tivemos o início da guerra e há um ano atrás dos 21 bancos em Portugal houve muitos que não fizeram campanha. Este crescimento de 24% a nível nacional deve-se ao facto de todos os bancos alimentares terem feito campanha e, portanto, houve este crescimento. No distrito, a diminuição foi muito residual de 2,1% face ao período homólogo do ano passado, inferior à inflação, o que é manifestamente pouco”, atestou.
António Serôdio relevou a forma como os portugueses aderiram, uma vez mais, a esta campanha, num claro sinal de solidariedade para com as famílias mais depauperadas e vulneráveis do ponto de vista económico.
“Os portugueses, de facto, têm-nos ajudado imenso e é nos tempos mais difíceis que essa ajuda mais se faz sentir, seja no distrito do Porto, seja a nível nacional. Verificamos isso quando ocorreram os incêndios e quando é preciso ajudar, estamos na linha da frente. No ano em que tivemos mais pessoas em armazém foi antes da pandemia, em 2019, tivemos, à data, 600 pessoas a ajudar a separar os produtos, este ano tivemos em armazém 988 pessoas, quase mil pessoas a passaram pelo armazém, tivemos quatro mil voluntários em frente de loja em todas as lojas do distrito do Porto”, adiantou, sublinhando que desde setembro o Banco Alimentar Contra a Fome Porto tem recebido um aumento dos pedidos de ajuda.

“Aquilo que fazemos é avaliar e reencaminhar para as instituições geograficamente mais próximas. O banco alimentar apoia as instituições e as instituições é que apoiam as famílias, mas reparamos que há um aumento dos pedidos de ajuda, principalmente de agregados familiares e pessoas que trabalham e a primeira coisa em que cortam é na alimentação, porque não vão cortar na renda da casa, ou no empréstimo da casa, na luz, na água e daí terem aumentado os pedidos de ajuda. Por outro lado, tanto as empresas, como particulares, as pessoas têm ajudado cada vez mais o que nos permite manter um cabaz dignamente humano, mas que é um cabaz que pode ser melhorado”, expressou., salientando que uma família cujo marido e esposa ganhem o salário mínimo e tenha três filhos, com a escola, o aumento dos combustíveis o aumento da eletricidade, do gás, da alimentação e das rendas da habitação e dos empréstimos das casas, as dificuldades acentuam-se.
“Temos famílias monoparentais, de uma mãe com dois filhos, que aufere o salário mínimo nacional e não consegue ajudar os filhos, não consegue trazer mais comida para casa. Enquanto na pandemia os pedidos eram sobretudo de pessoas que deixaram de ter trabalho, não havia rendimento. Aqui as pessoas trabalham, mas o valor que ganham não é suficiente para fazer face aos custos”, frisou, admitindo que se as taxas de juro continuarem a subir, se não existir uma solução em termos de gás e energia, poderemos ter um início de trimestre de 2023 difícil.
“Está aí à porta o inverno, é preciso aquecer a casa dos portugueses e poderá ser um problema e fazer com que as famílias possam recorrer aos bancos alimentares. Nesta altura do Natal era importante que as famílias tivessem um miminho ou um aconchego nesta quadra. Esperemos que tudo se resolva num futuro breve”, concretizou, reiterando que a campanha realizada, este fim-de-semana, no distrito do Porto, contou com 321 supermercados e cerca de cinco mil voluntários a participar nas lojas, no transporte e no armazém.
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