A Polícia Judiciária do Porto está a realizar buscas, por suspeita de uso de doping, em várias equipas de ciclismo, nesta terça-feira, a dois dias do início da Volta a Portugal.
Segundo as informações disponibilizadas, a operação policial incide sobre as equipas da Rádio Popular-Paredes-Boavista, Efapel e Glassdrive-Q8-Anicolor.
O Jornal de Notícias, por sua vez, avança que fonte da Efapel, confirmou que as autoridades foram a casa de ciclistas da equipa, acrescentando que a equipa vai emitir um comunicado sobre o assunto.
Já da parte da Glassdrive-Q8-Anicolor e da Rádio Popular-Paredes-Boavista, as fontes contactadas alegaram que não têm conhecimento de nada.
Segundo adianta o JN a ADoP afirmou não estar envolvida na operação da PJ levada a cabo esta terça-feira, a dois dias do arranque da 83.ª Volta a Portugal.
Entretanto, o diretor desportivo da Efapel, José Azevedo, confirmou, ao JN, que houve uma busca na residência do ciclista Francisco Campos e que este foi constituído arguido, o que levou a equipa a suspender o atleta e a preparar um processo de rescisão de contrato com o mesmo.
Em declarações àquele periódico, José Azevedo referiu: “Temos uma política de tolerância zero com qualquer assunto que possa estar relacionado com o doping. Assim que tivemos conhecimento que o atleta é suspeito de alguma prática proibida, decidimos suspendê-lo de toda a atividade relacionada com a equipa, e o seu contrato será, no futuro, rescindindo”.
O responsável da Efapel garantiu ainda que as instalações da equipa, sedeada em Vila do Conde, não foram alvo de qualquer busca por parte das autoridades, reforçando que a equipa “cumpre com todas as regras de ética impostas pela UCI”.
O diretor desportivo confirmou que Francisco Campos estava escalado para participar na Volta a Portugal, mas dada a sua suspensão imediata será substituído pelo companheiro de equipa Francisco Guerreiro.
Já José Santos, diretor desportivo da Rádio Popular-Paredes Boavista, também confirmou ao mesmo órgão de informação que um dos seus ciclistas foi alvo de buscas na sua residência por parte das autoridades, e que tendo em conta a suspeição, a equipa decidiu suspender, no imediato, o atleta.
Segundo revela o JN, trata-se de Daniel Freitas, que já não vai representar a Rádio Popular – Paredes Boavista na Volta a Portugal.
“Assim que recolhemos informações sobre o sucedido, não nos restou outra opção que não suspender o ciclista e substituí-lo das nossas opções para a Volta a Portugal. Os atletas sabem que na Rádio Popular-Paredes-Boavista condenamos e não toleramos qualquer prática proibida. Todos têm o direito à presunção de inocência, mas enquanto a situação não ficar totalmente esclarecida não podemos ter o atleta entre nós”, garantiu José Santos.
Segundo foi divulgado, até este momento ninguém foi detido nem estão previstas detenções, mas foram recolhidos vários elementos de prova que permitem aprofundar a investigação.
Trata-se da “Operação Prova Limpa 2″ depois da “Prova Limpa 1”. Já na última semana, a equipa W52-FC Porto foi suspensa de todas as provas de ciclismo pela União Ciclista Internacional.
A indicação da Autoridade Antidopagem de Portugal foi decisiva para a decisão. A Autoridade Antidopagem suspendeu oito ciclistas e dois membros da equipa técnica da W52/FC Porto por práticas relacionadas com doping.
A Volta a Portugal começa depois de amanhã, dia 4 de Agosto.
Refira-se que a Rádio Popular – Paredes – Boavista anunciou, em comunicado que partilhou na sua publicação oficial, que retirou da lista de convocados para a Volta a Portugal, o ciclista Daniel Freitas, tendo sido substituído por Guille Garcia.
A Rádio Popular – Paredes – Boavista destaca que “esta tomada de posição vem na sequência de uma busca na sua residência, realizada por elementos da Policia Judiciária, por suspeita de práticas indiciosas de utilização de substancias não permitidas”.
“Sem questionar o profissionalismo do atleta, desde que se encontra ao serviço da equipa, é para nós ponto de honra que a mera suspeição de qualquer ato conducente a defraudar a verdade desportiva é merecedor da nossa veemente censura, obrigando ao consequente afastamento do atleta, sublinhando-se que equipa é totalmente alheia a qualquer ato ilícito que o atleta possa ter praticado”, lê-se no comunicado que a equipa partilhou na sua publicação oficial.