Área Metropolitana do Porto cria equipa para não deixar fugir fundos de Bruxelas

AMP criou gabinete para gerir fundos comunitários

Para que não passem ao lado da Área Metropolitana do Porto (AMP) – onde se inserem os concelhos de Valongo e Paredes -, oportunidades de candidaturas a fundos europeus cuja gestão não é portuguesa, a entidade intermunicipal vai criar uma equipa que a represente em Bruxelas. O objetivo é, conforme ficou definido no final da reunião da AMP esta manhã, além de uma maior partilha de informação, participar no momento da regulamentação desses programas para que respondam às necessidades, em particular, em áreas consideradas decisivas.

Segundo revelou o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, “o que está em causa não é a capacidade de acesso aos fundos”. Aquele responsável afirmou igualmente que “temos até aprofundado a nossa capacidade técnica de gestão de fundos comunitários. O problema é que, fora do quadro de financiamento que Portugal negoceia com Bruxelas, há um conjunto vastíssimo de financiamentos disponíveis e que são geridos a partir de lá, em áreas que são para nós estratégicas: os transportes, a energia e o ambiente. Aquilo que a AMP entende é que não faz muito sentido estarmos a deixar passar estas oportunidades quando temos agora o lançamento do programa Portugal 2030”.

O Conselho Metropolitano terá de discutir essa proposta antes do dia 30 de setembro, avisou Eduardo Vítor Rodrigues no final da reunião, tendo por isso pedido aos autarcas que presidem aos 17 Municípios da região “que reservem o dia 16 de setembro para a marcação de uma reunião onde possam debater a criação do gabinete metropolitano”.

Segundo o presidente da AMP “é o momento de lançarmos este projeto. Barcelona tem esta equipa montada há vários anos. Estas equipas têm, naturalmente, a função de trazer informação sobre potenciais financiamentos para áreas decisivas, mas também têm a função de nos representar e aos nossos interesses, numa lógica quase de lobby no momento de regulamentação. Porque em muitos casos temos o dinheiro, a vontade, os projetos e depois há alguma coisa nos regulamentos que falha porque são feitos de forma abstrata e às vezes isso significa prejuízo”.

Falta ainda nomear quem integrará o gabinete, sendo certo que será alguém que já faz parte da estrutura técnica da AMP. A decisão será tomada em conjunto com a Comissão Executiva.