A Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) destacam que os últimos indicadores que constam do relatório de monitorização da situação epidemiológica da Covid-19, que inclui diversos indicadores, nomeadamente a incidência a sete dias e o índice de transmissibilidade (R(t)), nacionais e por região de saúde, apontam que a pandemia “mantém uma incidência muito elevada, com tendência crescente”.

A DGS justifica este aumento da incidência com “a redução da adesão a medidas não farmacológicas, o período de festividades e o considerável aumento de circulação de variantes com maior potencial de transmissão”.
A autoridade de saúde nacional esclarece que o “impacto nos internamentos apresenta uma tendência crescente, enquanto o impacto na mortalidade geral se mantém reduzido”.
“O aumento da incidência pode continuar a contribuir para uma maior procura de cuidados de saúde e o aumento da mortalidade, em especial nos grupos mais vulneráveis. Deve ser mantida a vigilância da situação epidemiológica da COVID-19, recomendando-se fortemente o reforço das medidas de proteção individual e a vacinação de reforço”, avança o relatório da DGS que informa que o “número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 / COVID-19, por 100 000 habitantes, acumulado nos últimos 7 dias, foi de 1 529 casos, com tendência crescente a nível nacional e das regiões exceto a Região Autónoma da Madeira, que apresentou uma tendência estável”.

O relatório sclarece que o “R(t) apresenta um valor igual ou superior a 1 a nível nacional (1,23) e em todas as regiões, à exceção da região Autónoma da Madeira, o que indica uma tendência crescente nestas regiões”, salientando que o “número de pessoas com COVID-19 internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no Continente revelou uma tendência crescente, correspondendo a 32,9% (no período anterior em análise foi de 23,1%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”.
“A razão entre o número de pessoas internadas e infetadas foi de 0,14 com tendência estável. Este valor é inferior aos observados em ondas anteriores, indicando uma menor gravidade da infeção do que a observada anteriormente”, avança o documento que estima que a “linhagem BA.5 da variante Omicron já seja dominante em Portugal, registando uma frequência relativa estimada de 63,6% ao dia 15 de maio de 2022”.
“Esta linhagem tem revelado uma maior capacidade de transmissão, a qual é potencialmente mediada por mutações adicionais com impacto na entrada do vírus nas células humanas e/ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária”, avisa a DGS que sublinha que a “mortalidade específica por COVID-19 (32,5 óbitos em 14 dias por 1 000 000 habitantes) apresenta uma tendência crescente”.
Já a mortalidade por todas as causas encontra-se ainda “dentro dos valores esperados para a época do ano, o que indica reduzido impacto da pandemia na mortalidade”.
