Foi inaugurada, esta segunda-feira, a horta biológica da Palmilheira, em Ermesinde, situada na avenida Eng. Duarte Pacheco, numa iniciativa da Câmara Municipal de Valongo e REN, uma parceria que vai disponibilizar mais de 170 talhões para que as famílias, as escolas e as associações locais possam cultivar e consumir produtos hortícolas biológicos.
A autarquia valonguense destaca que esta é uma parceria inovadora cujos talhões, “15 dos quais elevados para pessoas com mobilidade condicionada, ocupam 11.000 metros quadrados de terreno cedido pela REN e requalificado pelo município, através de um projeto que tem como principais linhas orientadoras a promoção da sustentabilidade ambiental, o fortalecimento da inclusão social e o apoio às comunidades locais”.
O investimento total do município foi de 146.264,11 euros.
O presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, destacou, em declarações aos jornalistas, que este é mais um passo que une dois parceiros relevantes, a autarquia e a REN, num projeto que faz jus à estratégia do município em matéria de ambiente.
“Este é mais um passo para que as pessoas entendam que têm de mudar de comportamentos e atitudes”, disse, salientando que a criação desta horta é, também, uma porta de entrada para a compostagem e para a agricultura biológica.
“Agradecemos à REN que cedeu o terreno necessário para implantar a maior horta biológica do concelho de Valongo e a segunda maior na área da Lipor. Serão mais de 170 famílias, escolas e associações a praticar agricultura urbana, a fazer a compostagem dos resíduos biodegradáveis, a colher e a consumir produtos hortícolas biológicos e a usufruir de todos os benefícios da vida ao ar livre, em Ermesinde”, expressou, sustentando que a lista para integrar este projeto é imensa e que as motivações para aderir a estes projetos são diversas.
“Umas fazem-no pela primeira vez, outras pessoas que utilizam estes espaços são pessoas que vieram da aldeia. Os talhões têm 25 metros e conseguem produzir produtos diversos. Isso torna mais saudável a alimentação das pessoas”, manifestou, assumindo que é um dos apaixonado por este tipo de projetos.
“As minhas raízes são do Marão e sabia e conhecia todo o ciclo da agricultura. Gosto da sopa, dos seus legumes. Este tipo de parcerias são indutoras de mudanças comportamentais com ganhos transversais do ponto de vista ambiental, social”, avançou, sustentando que esta é uma horta que é também inclusiva e que vai ao encontro de pessoas que têm dificuldades de mobilidade.
José Manuel Ribeiro relembrou que a autarquia abriu “a Horta Biológica da Ponte da Presa, em 2014, salientando que o município, desde então, tem vindo “a apostar neste tipo de infraestruturas verdes, pelos seus evidentes benefícios para a comunidade, inclusive para a promoção da saúde física e mental”.
João Conceição, Administrador Executivo da REN, destacou que esta área é importante para a concessão da Rede Elétrica Nacional, onde se situa, também, um dos três mais importantes edifícios admirativos, sendo que a área onde vai nascer, agora, esta horta estava subaproveitada.
“Esta era uma área que estava subaproveitada, pelo que aderimos de imediato a estra ideia do presidente e da autarquia de Valongo de otimizar este espaço complementando aquilo que acreditamos ser a responsabilidade social de uma empresa como a REN e passar a ação. Muitas vezes fala-se muito de responsabilidade social, mas mais importante que isso é criarmos um espaço com 25 metros quadrados que permita às pessoas desenvolverem as suas atividades”, disse, assumindo que este projeto permite ganhar novos vizinhos e uma maior aproximação às famílias e às empresas.
“A nossa missão é que todos têm acesso a eletricidade e ao gás. Como estes projetos conseguimos promover esta proximidade às comunidades”, acrescentou, adiantando que “esta iniciativa conjunta entre a autarquia de Valongo e a REN reflete o empenho entre as duas entidades no sentido de proporcionar um espaço às comunidades locais que promova a sustentabilidade em Ermesinde, tanto na dimensão social como na dimensão ambiental. São projetos como estes que incentivamos e pelos quais temos especial prazer em ver implementados, especialmente quando a autarquia deposita tanto empenho na sua concretização”.
A Câmara de Valongo esclarece, em comunicado, que “além dos 172 talhões e seis abrigos para as ferramentas agrícolas, o projeto da Horta Biológica da Palmilheira inclui quatro pequenas passagens pedonais sobre a linha de água que atravessa o terreno; um charco para promoção da biodiversidade; casas ninhos; hotel de insetos; sebes e plantas aromáticas de odor agradável, elementos decorativos e mobiliário urbano visando os princípios da economia circular e a promoção da biodiversidade e de agricultura urbana”.
Esta iniciativa insere-se também no Projeto Horta à Porta – Hortas Biológicas da Região do Porto, da Lipor (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto), que promove a construção de hortas comunitárias em oito municípios do Grande Porto (Espinho, Gondomar, Porto, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Valongo, Maia e Matosinhos).