Foi inaugurada esta sexta-feira, no Museu Municipal de Paços de Ferreira, a exposição “Clérigos Fora de Portas”, numa iniciativa que tem como objetivos mostrar o melhor do espólio da Irmandade dos Clérigos e que está, pela primeira vez, fora de portas.
Júlio Morais, vereador da Cultura e do património cultural, realçou a importância de Paços de Ferreira acolher esta importante mostra.
“É sempre um orgulho pudermos ter os Clérigos fora de portas, sendo esta a primeira vez que vêm para a Capital do Móvel. Espero que os cidadãos venham aos Clérigos em Paços de Ferreira. É um projeto comum com os Clérigos, sendo que esta não é a primeira parceria que fazemos com os Clérigos. Trabalhamos em conjunto, realizados grupos de trabalhos. Trata-se de um grande projeto e esta exposição vai ser o mote para levar os Clérigos para outros concelhos”, disse, salientando que Paços de Ferreira é um concelho que vive cultura e tem dinâmica cultural significativa.
“A cultura é uma das apostas deste executivo e queremos fazer chegar a cultura a todos os cidadãos. Paços de Ferreira é uma cidade que aposta na cultura, na sua diversidade, queremos implementar novos projetos culturais e diversificar as propostas e as ofertas nesta área”, manifestou.
O Padre Manuel Fernando, presidente da Irmandade dos Clérigos, esclareceu que esta é uma iniciativa diferente do habitual, sendo uma oportunidade de divulgar os Clérigos e o seu valioso património.
“Nesta parceria com Paços de Ferreira, também por ligação de outras iniciativas, afigurou-se esta oportunidade e conseguimos com os desenhos de Sónia Teles mostrar uma parte do desenho da arquiteta, o trabalho de recuperação, a cronologia do percurso dos Clérigos, com fotografias do trabalho de pormenor da talha dourada, entre outros aspetos”, adiantou, sublinhando que esta mostra funciona como uma antecâmara daquilo que os visitantes poderão encontrar nos Clérigos.
O responsável pela Irmandade dos Clérigos assumiu que esta iniciativa tem, também, uma dimensão pedagógica, permitindo que as escolas possam aceder ao Museu Municipal, estando, também, aberta a todos os pacenses que têm aqui uma oportunidade para se deliciarem com este trabalho e perceberam a diversidade do espaço dos Clérigos.
“Quero vincar a necessidade de criarmos parcerias. Urge criar estas sinergias com as autarquias, as escolas e, por isso, quero felicitar a Câmara de Paços de Ferreira pela iniciativa. Para a Irmandade é uma forma diferente de divulgar o seu património”, referiu, sustentando que existe a intenção de disseminar esta iniciativa a outras localidades.
“Estamos a falar de uma mostra que é um livro aberto que as pessoas podem visitar e aprender”, acrescentou.
Sónia Teles e Silva, arquiteta, autora desta mostra, esclareceu que o seu trabalho retrata o complexo dos Clérigos, a Casa da Irmandade que é agira o Museu e a Igreja.
“Podem encontrar um conjunto de desenhos que fiz durante quatro anos. Passei bastantes horas no Clérigos que resultaram neste trabalho que deu origem a um livro que se chama “Desenho nos Clérigos”, afirmou, salientando que esta mostra integra cerca de 50 quadros.
“Os Clérigos é um momento ótimo para ser retratado. Adoro este monumento, o seu património artístico e arquitetónico e todo o legado de Nicolau Nasoni. Adoro a arquitetura barroca e os Clérigos é um ícone da minha cidade. É incrível a quantidade de pessoas que trabalharam nos Clérigos e conseguirmos tirar partido de todo este trabalho”, afiançou, afirmando que este trabalho está relacionado com um trabalho mais vasto sobre o património.