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(C/VÍDEO) Presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol critica agressões a árbitros e exige regresso do policiamento aos jogos

Presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol critica agressões a árbitros e exige regresso policiamento aos jogos

O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, Luciano Gonçalves, criticou as sucessivas agressões de que vários árbitros têm sido vítimas, nos últimos jogos, em diferentes campeonatos distritais.

O dirigente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol mostrou-se indignado com o quadro de situações e episódios em que os juízes têm sido visados por vários intervenientes afetos ao futebol.

“Obviamente que a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol está preocupada com estas situações que voltaram a acontecer este fim-de-semana em campeonatos de duas distritais, não apenas pela quantidade, mas acima de tudo pela banalidade com que se está a olhar para estes casos que semana a semana estão a aumentar”, disse, recordando que o facto de as provas estarem a entrar numa fase decisiva da época faz aumentar o receio de que estas situações possam ocorrer ainda com mais frequência.

Luciano Gonçalves assumiu mesmo que esta situação está a deixar a associação preocupada, reforçando que urge banir estes comportamentos dos recintos desportivos.

Fotografia: Luciano Gonçalves (DR)

“Para além do FC Perafita-SC Campo, este fim-de-semana ocorreu uma outra situação num encontro da Associação de Futebol de Viana do Castelo e da Associação de Futebol de Lisboa, envolvendo um jogador que após receber ordem de expulsão agrediu o árbitro assistente. Não se trata apenas de uma associação, de uma área geográfica, é um fenómeno transversal, incluindo as ilhas, onde têm existido problemas de segurança”, expressou.

O dirigente recordou que além do futebol, também, no futsal e até outras modalidades há registos de agressões a árbitros.

“Isto é um tema que mexe comigo porque em 2012 fui um dos elementos que me bati para que o policiamento não tivesse terminado, infelizmente por inoperância nossa e banalidade de várias instituições deixámos cair o policiamento obrigatório. Já à data temia que este escalar de violência fosse acontecer. Sei que algumas agressões também acontecem em jogos onde existe policiamento, mas é diferente existir policiamento, em que a força policial detém logo o agressor e é presente a tribunal e é considerado um crime público. Outra coisa diferente é não se deter o agressor e deixar que saia do recinto sem que nada lhe aconteça. Existem muitas agressões em que nem sequer é possível identificar o agressor. Estas situações não podem acontecer. Estas agressões não têm só a ver com os atletas, os árbitros que são agredidos, o problema tem a ver com a banalização da violência nas mais diversas situações e isto vai, por sua vez, fazer com que os jovens a curto, médio prazo, não queiram estar no desporto. São estes maus exemplos que destroem o trabalho que está a ser feito”, recordou.

Luciano Gonçalves defendeu, ainda, que as associações dos clubes e os conselhos de disciplina devem alterar os regulamentos para que os agressores possam ser afastados do futebol.

Fotografia: AFP

“Estas pessoas não fazem falta ao futebol. É preciso ter coragem para fazer isso. Queremos fazer um pedido às forças de segurança para que detenham os agressores de forma a que sejam punidos”, manifestou.

Questionado sobre as causas que estão na origem das sucessivas agressões a árbitros registadas nas últimas semanas, o dirigente reconheceu que a violação dos princípios e dos valores da própria sociedade, enquanto tal, está umbilicalmente ligada a estas situações.

“O futebol é apenas um reflexo dos problemas da sociedade. Existindo impunidade, não existindo respeito pelo próximo e não tendo os melhores exemplos no topo, tudo isso é o suficiente para que na base estas pessoas, que são frustradas com a vida, queiram ser o centro das atenções e tenham estas atitudes”, avançou, reconhecendo o trabalho de alguns clubes no sentido de minimizar estas agressões.

“Há clubes que quando estão envolvidos nestas situações condenam de imediato estas atitudes, mas não podemos ser reativos, temos de ser preventivos”, precisou.

Falando, ainda, das agressões de que tem sido alvo vários árbitros, Luciano Gonçalves recorreu, mais uma vez à sua página pessoal, para condenar e repudiar as situações ocorridas no último fim-de-semana.

“Tudo o que seja menos de pena de prisão efetiva, ou proibição da prática de qualquer desporto, ou, ainda, a impossibilidade de acesso aos recintos desportivos é demasiado benevolente para estes atos cobardes que estão a matar o futebol na sua base, na sua essência”, adiantou.

“Volto a frisar, temo que o futebol e a sociedade civil fiquem com as mãos cheias de sangue se nada fizermos. Desculpem a frieza, mas enchi-me de vergonha da inoperância, irresponsabilidade e negligência de todos nós que estamos no futebol, este silêncio é estarrecedor. Somos todos culpados, sim, mais que não seja pela negligência e pela inoperância. Enquanto estás situações persistirem, os cobardes e os frustrados continuam a destruir o que milhares de pessoas de bem semanalmente constroem pelo futebol”, escreveu na sua publicação.

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