O FC Paços de Ferreira inaugurou este sábado, no âmbito das comemorações do 72.º aniversário do clube, um busto junto ao estádio Capital do Móvel, em memória do ex-treinador que passou pelo emblema pacense, Vítor Oliveira, falecido a 28 de novembro de 2020), figura maior do futebol nacional.

Ainda no âmbito do aniversário, o presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, Humberto Brito, e o dirigente do FC Paços de Ferreira, Paulo Meneses, presidiram à inauguração das obras de requalificação na zona envolvente ao estádio capital do Móvel, cerimónia que antecedeu a partida entre o Futebol Clube de Paços de Ferreira e o Marítimo.

Paulo Meneses, em declarações ao Novum Canal, realçou a importância desta data para o clube, para os associados e demais simpatizantes, enaltecendo a dimensão eclética que o clube tem hoje.

“O FC Paços de Ferreira é um clube jovem com 72 anos, dos mais jovens ao nível da Primeira Liga em Portugal, mas tem já uma história que transcende a região e o próprio mundo, extravasa para a Europa e para o mundo. O FC Paços de Ferreira é um emblema com um percurso que nos orgulha e o clube é o porta-estandarte não só daquilo que é o concelho, mas, permitam-me a imodéstia, da própria região. O FC Paços de Ferreira é o clube mais emblemático da região e o seu aniversário é algo que nos deve orgulhar”, disse.

Falando da inauguração do busto em memória de Vítor Oliveira, o dirigente pacense enalteceu a figura de Vitor Oliveira, enquanto pessoa e como profissional.

“Um dos maiores treinadores de Portugal. Não foi apenas do FC Paços de Paços de Ferreira, mas do país, de todos os clubes. Esteve em mais de dez clubes, subiu 11 equipas à Primeira Liga. O FC Paços de Ferreiras ascendeu com Vítor Oliveira duas vezes à I Divisão. Sei que o Vítor Oliveira tinha uma ligação e um clube do coração que era o Leixões e faço uma homenagem a este clube. Era um homem adepto de todas as pessoas que eram sérias na sua vida. Para mim existe um antes e um depois do Vítor Oliveira. É uma pessoa que me marcou para a vida e que marcou o futebol. É uma figura transversal a todo o futebol”, sustentou.

Referindo-se às obras de requalificação na zona envolvente ao estádio Capital do Móvel, Paulo Meneses esclareceu que as obras inauguradas são complementares ao recinto desportivo e das bancadas adjacentes.

“Aquilo que a Câmara de Paços de Ferreira fez e a quem reconheço foi dar seguimento na parte exterior àquilo que são as obras no interior. Estamos a falar de obras de acessibilidade, embelezamento, jardinagem e outras que vão valorizar o estádio em si e permitir o acesso à bancada central e nascente, que permite o acesso de viaturas e a circulação pedonal”, expressou, salientando que o estádio integra todas as condições para dar o maior conforto e segurança desejável aos adeptos.

Questionado sobre a época desportiva que o FC Paços de Ferreira está a fazer na I Liga, Paulo Meneses, assumiu que o clube tem sempre como desiderato fazer mais e melhor, honrando com aquilo que são os seus compromissos e o seu legado.

“É tão possível subir, como é possível que desça ou mantenha. Estamos a falar de futebol. Futebol é muito mais que uma ciência.  Se falássemos há dois meses o único objetivo era a manutenção, e esse será sempre o objetivo. Foi assim que fomos ao 5.º lugar no ano passado, ao 3.º lugar, em 2013, mas temos legitimidade de pensar em algo mais. Não estamos a pensar em obter a Europa, agora, é evidente que queremos a melhor classificação possível. Recordo que no ano passado obtivemos um quinto lugar, uma das melhores classificações de sempre, mas acho que almejar isso é praticamente impossível. O 7.º lugar é uma excelente classificação, o 8.º lugar é uma excelente classificação e o 9.º lugar é uma boa classificação. Se é verdade que o Paços de Ferreira está a três pontos do sexto lugar é exatamente verdade que também está a três pontos do décimo. É com esta razoabilidade que temos de olhar para estas coisas”, acrescentou.

Aludindo ainda à dimensão eclética que o clube tem hoje, Paulo Meneses declarou que os adeptos e simpatizantes do clube têm de perceber que só é possível integrar no seio do clube outras atividades se estas forem praticamente autossustentáveis.

“Se fosse uma questão financeira apenas e só, diria que temos prioridades como uma equipa B ou sub-23 para a estrutura do futebol em si. O FC Paços de Ferreira tem duas seções, o futsal e o bilhar que têm pessoas à frente que me orgulham todos os dias, que conseguem fazer campanhas incríveis, com resultados desportivos e conseguiram eles próprios dinamizar as seções. São estas pessoas que têm o mérito de colocar estas seções no patamar onde se encontram. O Paços de Ferreira tem condições físicas para disponibilizar essas mesma instalações, neste caso ao bilhar, mas obviamente foram esses diretores que conseguiram dinamizar e criar um espaço, que estou convencido, é dos melhor do país, neste momento”, sublinhou.