O presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, também, responsável pela Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM Tâmega e Sousa) reconheceu, em declarações ao Novum Canal, que escalada de preços nos combustíveis terá consequências na economia da região e na vida das empresas.
O presidente da CIM Tâmega e Sousa admitiu que com os sucessivos aumentos registados nos últimos tempos e a subida de 14 cêntimos por litro já no início desta semana, andar de carro torna-se cada vez mais difícil.
“Tenho a certeza que estes sucessivos aumentos terão consequências negativas em toda a economia. Estamos a viver um ambiente de guerra que está a afetar a Europa e que vai continuar a ter impactos negativos. Se o aumento do preço dos combustíveis já é péssimo, julgo que o pior ainda estará para vir. O aumento dos combustíveis é apenas uma das faces mais visíveis do problema. É evidente que este aumento terá efeitos mais imediatos em determinados setores, mas de uma maneira geral afetará todos os setores e os cidadãos”, avançou, sublinhando que as empresas irão fazer repercutir esses custos no consumidor final.
Pedro Machado declarou que este impacto será difícil de absorver por parte de algumas empresas, sobretudo, junto das mais frágeis com dependência acentuada destes fatores de produção.
“Estamos na expetativa de ver que medidas são essas que o Governo já anunciou no sentido de mitigar o problema. Se já estávamos com um problema grave suscitado pela crise sanitária, ninguém poderia adivinhar que o problema haveria de ser pior. Vamos aguardar serenamente para ver como é que isto evoluiu, mas efetivamente estamos perante uma situação muito preocupante”, acrescentou.
Sobre o benefício do AUTOvoucher que aumenta de 5 euros para 20 euros, Pedro Machado reconheceu que esta é apenas uma das medidas que estavam previstas e que foram, entretanto, anunciadas pelo Governo.
“Seguramente que serão apresentadas outras no sentido de mitigar os efeitos negativos deste aumento de custos e que a todo o momento serão anunciadas. Naturalmente que não é com o AUTOvoucher que se vai resolver o problema, apenas se minimiza um pouco a situação”, avançou, reconhecendo que a carga fiscal é, de facto, avultada no que respeita aos combustíveis.
“Temos uma carga fiscal avultada no que respeita aos combustíveis. Percebo os que defendem que a solução deveria ser colocar a carga fiscal dos combustíveis ao nível do que acontece noutro países e existe essa tentação de nos comparar com a vizinha Espanha. Acontece que o nosso Estado faz refletir a carga fiscal nos contribuintes, mas, também, imagino o drama do Governo porque são receitas consideráveis, imprescindíveis para que o país continue a ter recursos para fazer face a muitas necessidades. É um exercício que deve ser muito difícil, sobretudo, neste período”, manifestou.
Nesta questão, o autarca disse mesmo não saber como é que muitos cidadãos com recursos mais escassos conseguem andar em viatura própria, com o preços dos combustíveis a atingirem preços avultados.
“Aliás, os preços já estavam elevados, mas agora com estas subidas registadas e com o que aí virá é quase impossível e começa a ser um luxo andar de carro. Vai ser muito difícil para o utilizadores com viatura própria e para as empresas cujos combustíveis têm um peso significativo. Há muita ansiedade e muito receio porque efetivamente vivemos tempos difíceis”, atalhou.